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Pedro Nuno Santos realça dever de “estar presente no terreno com as pessoas”

Pedro Nuno Santos realça dever de “estar presente no terreno com as pessoas”

Pedro Nuno Santos visitou esta segunda-feira o bairro do Zambujal, na Amadora, criticando a ausência do primeiro-ministro no terreno, onde as pessoas esperam ser ouvidas e reclamam respostas após os tumultos que tiveram lugar na periferia de Lisboa, na sequência da morte a tiro de Odair Moniz, residente na comunidade local.

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Considerando ser este um comportamento “padrão” de Luís Montenegro, o líder do PS lembrou que fora também ele, e não o chefe do executivo da AD, “o primeiro a ir ao terreno a seguir aos incêndios” que fustigaram recentemente o centro e norte de Portugal.

“Quem governa o país não se pode furtar a estar presente no terreno com as pessoas”, reivindicou o Secretário-Geral socialista, no final de uma manhã de visitas ao Zambujal, ocasião que aproveitou para enfatizar que, “quando os políticos ouvem e estão próximos das pessoas fazem melhor o seu trabalho”.

Alertou, porém, que “chamar as associações para se reunirem num gabinete” é diferente de ouvir realmente o que os cidadãos têm para dizer.

Depois, atribuiu responsabilidades a Luís Montenegro pelas repetidas falhas da ministra da Administração Interna em matérias sensíveis, apontando que Margarida Blasco demonstrara, já em vários momentos, a sua “inaptidão para as funções”.

Todavia, salientou Pedro Nuno Santos: “Foi o senhor primeiro-ministro quem a escolheu e quem mantém no cargo”.

Instado a comentar as declarações de Blasco a propósito do direito à greve nas polícias, palavras estas que motivaram um esclarecimento, horas depois, do próprio Ministério da Administração Interna, referindo que, afinal, esse tema não fará parte das negociações, o líder do PS avisou estarem em causa “funções de soberania” e “não uma função qualquer”.

Mas, segundo o líder do PS, “o problema, ao fim de algum tempo, já é não é da senhora ministra, já é do primeiro-ministro”.

“Em primeiro lugar porque foi o primeiro-ministro que escolheu a senhora ministra e, portanto, isso também diz muito sobre a capacidade do senhor primeiro-ministro em construir boas equipas”, apontou, acrescentando que “no trabalho de qualquer político, e de um ministro em particular, é fundamental saber comunicar com as pessoas, com a população, mas aqui nem é só o saber comunicar, é que aqui há outra dimensão de problema”.

No caso concreto sobre o direito à greve da polícia, Pedro Nuno Santos condenou o discurso contraditório: “Num dia diz-se uma coisa e passado umas horas volta-se atrás”.

“Isso é inaceitável do ponto de vista do exercício de funções governativas”, vincou, contrapondo com “uma posição sólida sobre essa matéria” apresentada pelos socialistas.

Neste ponto, reiterou tratar-se de “forças de segurança fundamentais para garantir a ordem pública”, reafirmando que, no entendimento do Partido Socialista, “tal não é compaginável com greves”.

Eleitos do PS sempre comprometidos com o cumprimento da lei

O Secretário-Geral do PS visita esta semana projetos comunitários nos bairros do Zambujal e da Cova da Moura, no concelho da Amadora, e em Caxias, Oeiras, e tem agendadas reuniões com os sindicatos da polícia.

Recorde-se que nos dias que se seguiram à morte de Odair Moniz registaram-se tumultos no Zambujal e em outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.

Neste contexto, o líder socialista fez questão de reafirmar o compromisso “de todos os eleitos do PS” com a lei, assinalando que um momento menos bom do presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, a propósito de despejos em habitações municipais, não o define.

“Eu quero ser muito claro, enquanto Secretário-Geral do Partido Socialista. Todos os eleitos do PS, seja para a Assembleia da República, seja para os órgãos municipais, seja para os órgãos regionais, estão comprometidos, obrigados já agora, com o cumprimento da lei, com o cumprimento da Constituição, com os objetivos da reinserção social, para além da lei com os princípios do humanismo, do respeito pelo outro e da empatia”, rematou Pedro Nuno Santos.

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