“Aquilo que o primeiro-ministro indigitado mostrou” no processo de eleição do presidente da Assembleia da República “é que não tem uma solução parlamentar estável nem tem uma solução de Governo estável”, revelando igualmente “que não tem também a capacidade de iniciativa e de liderança para resolver impasses”, frisou o Secretário-Geral do PS em declarações à comunicação social, nos Passos Perdidos.
Para Pedro Nuno Santos, o PSD demonstrou que “entende que pode estar simplesmente fixado com os pés no chão e que os outros é que têm de se aproximar”. E deixou um aviso: “Não funciona assim a democracia”.
Sobre a eleição do presidente da Assembleia da República, Pedro Nuno Santos lembrou que “o Partido Socialista apresentou uma proposta ao líder da AD para resolver um impasse institucional”. “A direita não conseguiu aprovar o nome que o PSD apresentou, o Partido Socialista apresenta o seu candidato para tentar resolver o impasse, o impasse mantém-se e, obviamente, não podíamos fazer perdurar um impasse institucional e, por iniciativa do Partido Socialista, foi apresentada uma proposta”, esclareceu.
Sobre a reunião que teve esta manhã com Luís Montenegro, garantiu que “não foi apresentada pelo líder da AD nenhuma solução para o impasse”, apenas o PS apresentou.
“Da mesma forma que tive oportunidade de dizer que nunca permitiríamos um impasse constitucional aprovando moções de rejeição, também não iríamos conviver com um impasse parlamentar e, por isso, o Partido Socialista, como partido responsável que quer preservar as instituições democráticas no nosso país, fez uma proposta que nos permitisse resolver e seguirmos com o trabalho parlamentar”, sintetizou.
Sobre a mensagem que José Pedro Aguiar-Branco terá enviado a Pedro Nuno Santos, confirmou que recebeu “um contacto 15 minutos antes de ser comunicado oficialmente o nome do PSD para a presidência da Assembleia da República”. “Portanto não foi propriamente uma tentativa de conciliação ou de acordo que, aliás, a existir teria de ser feito pelo líder do PSD”, notou.
“Espero que não seja esta a forma com que o líder da AD entenda que vai ter de se relacionar com os diferentes partidos no Parlamento”, comentou.
PS será o líder da oposição
“O Partido Socialista será oposição à coligação que vai governar o país”, assegurou Pedro Nuno Santos, comentando que “o líder do Chega não é líder da oposição, é chefe da confusão”.
“Nós lideraremos a oposição de forma construtiva e responsável, mas que não haja ilusões sobre o futuro político em Portugal”, uma vez que “o Partido Socialista não será suporte do Governo da AD”, vincou.
O Secretário-Geral do PS alertou em seguida que o líder do Chega se apresenta “como tendo uma grande vontade de confrontar o sistema”, mas a verdade é que “os últimos meses foram-nos mostrando que o líder do Chega não está verdadeiramente interessado em confrontar o sistema, está interessado em ser parte do sistema”.
E explicou porquê: “O líder do Chega passou as últimas semanas a mendigar um lugar no Governo”, atitude que não é de “alguém que quer estar de fora e quer confrontar o sistema, é de alguém que quer estar dentro”.