“Apostámos na ferrovia, no transporte coletivo e na transição ambiental. Estamos aqui na linha do Oeste, que está a ser modernizada, eletrificada e melhorada a sua capacidade com redução dos tempos de viagem. Há quem fale em atrasos nestas obras, mas nos governos da direita nem sequer nisso se podia falar, simplesmente porque não havia obra”, declarou o líder socialista, que tutelou a área governativa das Infraestruturas.
“A grande diferença é que nós fazemos, não adiamos”, sustentou, dando como exemplo esta obra, que deverá estar concluída no segundo semestre deste ano.
Connosco há estabilidade e progresso
Acompanhado pela cabeça de lista do PS às legislativas pelo círculo de Lisboa, Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos vincou também que o debate pré-eleitoral tem permitido demonstrar em quem os portugueses podem confiar para dar estabilidade ao país.
O líder socialista colocou em contraste a forma como os debates televisivos têm decorrido entre os líderes dos partidos de esquerda e as “contradições” entre os presidentes do PSD e do Chega, Luís Montenegro e André Ventura, sobre a formação de um Governo de direita.
“Connosco há estabilidade e progresso, mas com a direita há bagunça. Temos uma direita que não se entende, um PSD que diz rejeitar o Chega e um Chega que diz que tem garantia total de acordo com ou sem Luís Montenegro”, apontou.
Na perspetiva de Pedro Nuno Santos, os eleitores “têm uma campanha pela frente, com a certeza de que a direita não se entende em torno de uma solução governativa com estabilidade”, contrapondo que “todos os portugueses percebem que entre os partidos de esquerda se consegue conversar com urbanidade e pensar o país”.
Justiça: Proteger direitos, liberdades e garantias de todos
Questionado também pelos jornalistas sobre os processos judiciais que têm marcado a agenda mediática, o Secretário-Geral do PS, reiterando que não tece comentários sobre casos em concreto, não deixou, contudo, de manifestar algumas preocupações.
“Enquanto cidadão e candidato a primeiro-ministro, é óbvio que me preocupa que pessoas estejam detidas 21 dias – e sobre isso que não haja a menor duvida. Mas, enquanto candidato a primeiro-ministro, não farei comentários sobre casos judiciais em concreto”, referiu, acrescentando que “importa perceber o que não corre bem, para que situações dessas não voltem a acontecer, porque se impõe proteger os direitos, liberdades e garantias de todos”.
Reforçando que “há dois princípios basilares que não podemos perder de vista”, a presunção da inocência e a independência do poder judicial, o que “exige dos políticos recato sobre casos judiciais em concreto”, Pedro Nuno Santos observou, contudo, que a consequência de dois governos terem caído em resultado de processos judiciais, o Governo da República e o da Região Autónoma da Madeira, “não é de somenos importância”.
“É com preocupação que olhamos para a situação que estamos a viver. Mas também temos de respeitar o tempo da justiça”, insistiu, deixando uma garantia sobre o que pode continuar a ser feito com vista a melhorar o setor.
“Teremos todos que pensar a justiça, em todas as áreas, não apenas nessa [Direito Penal e Direito de Processo Penal]. E fazer a reforma quando ela se justifica”, disse o líder socialista.