“Esta é a minha terra, onde sempre fui candidato”, disse Pedro Nuno Santos, que se fez acompanhar pelos candidatos socialistas pelo círculo eleitoral de Aveiro, sublinhando que não seria coerente que alguém, que quer ser primeiro-ministro e que defende que Portugal deve ser um país solidário e inteiro, se candidatasse por uma lista que não fosse a da sua terra.
“Não faria nenhum sentido abandonar o distrito de Aveiro, de onde sou natural, para me candidatar por Lisboa nas eleições legislativas”, reiterou o Secretário-Geral do PS, quando instado a comentar, em contraponto, a opção do líder do PSD, Luís Montenegro, que foi candidato por Aveiro em 2025 e que agora se apresenta em primeiro na lista da AD por Lisboa.
Esta coerência, referiu, é a que permite, enquanto candidato a primeiro-ministro, poder falar de forma aberta aos portugueses, apontando-lhes as propostas e as soluções do PS para os problemas com que se debatem e dizer-lhes que, “com o programa que vamos apresentar aos eleitores”, pelas ideias que encerra e pela atitude que “temos vindo a assumir”, é não só “possível viver-se melhor em Portugal”, como é desejável “haver mais ação, menos conversa e menos promessas”.
“Insensibilidade” do PSD à justiça territorial
Pedro Nuno Santos lamentou, depois, a posição do PSD e do seu líder, Luís Montenegro, em relação à proposta apresentada pelo PS de eliminação das portagens no interior do país, observando que esta crítica, “não sendo uma novidade”, não deixa, contudo, de revelar “insensibilidade” pela forma desqualificada e jocosa como foi feita.
Uma crítica, lembra ainda o Secretário-Geral do PS, que vem precisamente de alguém que acaba de propor ao país um choque fiscal que, caso fosse em frente, representaria “um rombo nas contas públicas de 4,5 mil milhões de euros”, garantindo que, ao invés das contas da direita e do PSD em particular, as propostas do PS “são estudadas, avaliadas e quantificadas”.
Ainda em relação à proposta socialista, Pedro Nuno Santos insistiu que esta é uma promessa a pensar no interior do país, uma vasta região que, lembrou, “não tem alternativa ao automóvel”, voltando a defender o empenho de todos os portugueses na construção de um país cada vez mais solidário, de um “Portugal inteiro”, como assinalou, “onde todos têm de ser respeitados”.
Dignificar as forças de segurança
Já na parte final das suas declarações, Pedro Nuno Santos lembrou o encontro que terá ainda hoje à tarde, a seu pedido, com os representantes das forças de segurança, lembrando “o grande respeito” que os socialistas sempre tiveram por esta classe, que mais não exige, como salientou, do que “serem valorizados e dignificados profissionalmente”.
Lembrou, a propósito, que a segurança coletiva dos portugueses depende em grande medida da qualidade do serviço prestado pelas forças de segurança, que têm de ser “respeitadas e dignificadas”, prossupostos que, para o PS, como garantiu, “são determinantes”, sendo necessário “perceber quais são as suas preocupações e os seus motivos de descontentamento e tentar depois, no momento certo, encontrar as melhores soluções”.
Confiante de que é possível encontrar as respostas mais adequadas e em tempo útil, o líder socialista lembrou que o PS sempre soube construir ao longo dos anos uma relação privilegiada e de “grande respeito” pelos funcionários públicos, dando a este propósito os exemplos recentes do descongelamento das carreiras e dos aumentos dos vencimentos, não deixando, contudo, de invocar a necessidade de se construir um caminho que valorize os diferentes grupos profissionais que se dedicam a funções do Estado, como são o caso dos professores e de todos os profissionais de saúde.
Para o líder socialista, Portugal tem de continuar a aproveitar e a reforçar a boa situação económica e financeira que o país hoje vive, graças às políticas levadas a cabo pelos governos do PS ao longo dos últimos oito anos, num quadro de onde tem sobressaído, como assinalou, “a grande preocupação por contas públicas certas e sustentáveis”.