O parlamentar sublinhou, durante o debate preparatório do Conselho Europeu com a participação do primeiro-ministro, “o sucesso do programa comum de vacinação” no que diz respeito ao combate à pandemia, que, ainda sob a presidência portuguesa do Conselho da UE, “permitiu desenhar o certificado digital da União Europeia, uma concretização europeia que já é uma história de sucesso internacional”.
“Este certificado tem sido um elemento crucial na resposta da Europa à pandemia e já foram emitidos mais de 600 milhões de certificados individuais”, apontou.
Pedro Cegonho frisou que o certificado tem sido também “essencial para o retomar da mobilidade entre Estados-membros, algo indispensável e nuclear à União Europeia, pois sem liberdade de circulação de pessoas, as liberdades de circulação de serviços, bens e capitais ficam diminuídas”.
O deputado do PS fez em seguida uma ponte entre as formas de reação à pandemia e o impulso da UE para acelerar a transição digital e tecnológica e asseverou que “é essencial que a União proteja e reforce a sua soberania digital, se afirme na liderança nas cadeias de valor digitais estratégicas internacionais, enquanto elementos essenciais para garantir a sua autonomia estratégica”.
“Daí a importância de um bom desenho conjunto da conectividade digital e do estabelecimento e desenvolvimento de parcerias mundiais, que promovam a interconectividade global com ganhos para todos”, assinalou.
“Tal questão está próxima, também, do debate estratégico sobre a política comercial da União Europeia”, disse o socialista, já que “mais de 30 milhões de empregos na UE dependem das exportações para fora da União”.
Desta forma, de acordo com Pedro Cegonho, “é importante que a União esteja focada no desenvolvimento do sistema de comércio multilateral forte e assente em regras globalmente justas, mas também é natural que procure manter a sua autonomia estratégica, diversificando relacionamentos com as várias regiões do globo, como tão bem a presidência portuguesa demonstrou ao recolocar a atenção europeia nas parcerias de investimento e comércio com a Índia ou realçando o relacionamento com países da região do Indo-Pacífico como a Austrália e a Nova Zelândia”.
O socialista saudou ainda “a reflexão pelos líderes europeus sobre as questões energéticas como problema comum” e deixou claro que o problema no acesso à energia exige “uma resposta comum ao nível global e não só da União Europeia”.
No final da sua intervenção, Pedro Cegonho demonstrou “preocupação” pela situação existente no Afeganistão: “É importante fazer chegar a ajuda humanitária combinada com a prestação de apoio direcionado às necessidades básicas, em benefício do povo afegão e dos países vizinhos, mas também assegurar a solidariedade e a segurança dos refugiados que fugiram daquele país, bem como na cooperação internacional para a prevenção do terrorismo, para a luta contra o crime organizado e contra o contrabando de pessoas migrantes”.