“Estou muito empenhado, no Conselho da Europa, em promover a valorização da importância e do potencial que as diásporas têm para cada um dos países-membros do Conselho da Europa”, garantiu o deputado socialista eleito pelo círculo da Europa em declarações aos jornalistas, após ter sido reeleito por unanimidade.
Para Paulo Pisco, um mapeamento das diásporas é “fundamental para fortalecer os laços entre as comunidades e os seus países de origem”. “O mapeamento é algo que permite a cada país saber quantos são os seus cidadãos residentes no estrangeiro, onde estão, o que fazem, quais as suas expectativas, conhecê-los para que sejam desenhadas melhores políticas para as comunidades”, acrescentou.
As outras três prioridades para o seu mandato são a criação de um Livro Branco sobre as melhores práticas na relação entre países e as suas diásporas, a criação do Fórum Europeu das Diásporas e a colaboração com a Conferência dos Poderes Locais e Regionais.
O deputado do PS já tinha sido eleito para esta função, mas o seu programa foi interrompido pela pandemia de Covid-19, cujas medidas de contenção impediram a sua concretização. No entanto, agora existem condições para o programa ser aplicado, acredita o socialista, que frisou que quer dar “visibilidade às questões relacionadas com a diáspora”.
“As grandes questões relacionadas com os grandes fluxos migratórios, os refugiados, direito de asilo, todas essas questões têm maior visibilidade e estou completamente empenhado em que as diásporas tenham uma visibilidade muito maior”, assinalou.
Paulo Pisco quer ainda que “Portugal possa ser visto como um país de referência no domínio das diásporas”, algo que não acontece com todos os Estados-membros. Neste ponto, divulgou que um dos seus objetivos é mesmo “sensibilizar muitos dos países que são membros do Conselho da Europa que não têm o mesmo tipo de relacionamento com as suas diásporas”.
“É muito diverso, cada país tem uma forma de se relacionar com elas e que vão desde países que têm políticas públicas que lhes são dirigidas e outras que praticamente as ignoram”, esclareceu.
Já Portugal “é um país exemplar no domínio da relação com as suas diásporas”, assegurou Paulo Pisco, que explicou que “desde o advento da democracia [Portugal] tem representantes na Assembleia da República das suas comunidades, e isto muda completamente a relação que um país pode ter com o seu povo espalhado pelo mundo. Temos uma estrutura que valoriza a diáspora, temos uma secretaria de Estado que tem a missão de elaborar as políticas públicas para estreitar relacionamento entre os compatriotas no estrangeiro, temos um órgão de consulta, que é o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP)”.