Paulo Pisco quer “maré de esquerda” para varrer extremismos da Europa
Paulo Pisco defendeu que a Europa precisa de “uma maré de esquerda” para varrer a direita e a extrema direita “que divide as nossas sociedades, que manipula os sentimentos das pessoas e que usa o medo e a mentira e que não hesita em atacar as instituições democráticas e multilaterais que nasceram a seguir à II Grande Guerra para servir a paz e a prosperidade no velho continente”.
“Não são toleráveis os ataques que a extrema direita faz de forma cada vez mais aberta às instituições democráticas, aos jornalistas, aos académicos, às elites, aos cientistas e às minorias apenas como forma de chegar ao poder”, disse, considerando igualmente inadmissível que alguns países financiem partidos e movimentos extremistas que tem como um dos seus objetivos destruir a União Europeia. “Nunca se viu, como hoje, a degradação do Estado de Direito e das liberdades em países da União, como a Hungria ou Polónia”, lamentou, dando também o exemplo da Itália, que tem vários partidos de inspiração fascista e um líder como Mateo Salvini, que adora citar Benito Mussolini.
Paulo Pisco lembrou que nem os países fundadores escapam ao crescimento de extremismos de direita, que também chegaram em força à França, Alemanha e Holanda. “É por tudo isto que precisamos da esquerda progressista para afastar esta loucura que existe no ar, antes que seja tarde demais”, assumiu, pedindo aos europeus que “acordem e se mobilizem” antes que se tornem vítimas diretas ou indiretas. “Não é a direita que pode salvar a Europa desta deriva extremista, até porque já não consegue resistir aos apelos da extrema-direita”, defendeu, garantindo que só a esquerda, “com os seus valores de liberdade, de cidadania, de respeito dos outros e dos Direitos Fundamentais, poderá devolver a tranquilidade às nossas sociedades”.
Mobilização para as europeias
O deputado terminou com um apelo à mobilização dos europeus que vivem na Suíça com possibilidade de votar para o Parlamento Europeu, que são cerca de 25 % dos estrangeiros, e aos suíços para que não permitam que partidos como a UDC, que é nacionalista, xenófobo e isolacionista, destruam aquilo que é um património de todos, que são as instituições mais importantes do multilateralismo, que têm a sua sede na Confederação. “Não devemos hesitar no combate a este pesadelo, reforçado por Donald Trump que tem com a sua ação legitimado todos os isolacionismos, protecionismos, xenofobias e ataques às instituições da democracia e do multilateralismo”, concluiu.
Na sua intervenção, o deputado falou também dos sucessos da governação socialista em Portugal, com o apoio dos partidos de esquerda no parlamento.