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Paulo Cafôfo quer criar direção regional para a Igualdade

Paulo Cafôfo quer criar direção regional para a Igualdade

O candidato do Partido Socialista a presidente do Governo Regional, Paulo Cafôfo, anunciou a intenção de criar, na orgânica de um futuro Executivo por si liderado, uma direção regional para a Igualdade. O anúncio foi feito durante um workshop sobre ‘Planos Municipais para a Igualdade’, promovido pelas Mulheres Socialistas (MS-ID), no Funchal, e que contou com a participação de Elza Pais.
Paulo Cafôfo quer criar direção regional para a Igualdade

Na sua intervenção, Paulo Cafôfo aludiu ao que já foi feito no Funchal em matéria de políticas para a igualdade, dando o exemplo do Plano Municipal de Igualdade, por si implementado enquanto autarca, do Conselho Municipal, do Prémio Maria Aurora e do Dia Municipal para a igualdade, mas considerou que há que olhar para esta questão numa perspetiva regional.

“É minha intenção criar, dentro da orgânica do Governo, uma pasta para a Igualdade. Isto é essencial, porque é preciso uma estrutura para liderar as políticas de igualdade”, adiantou, lembrando que ainda persistem discriminações, que “é preciso inverter””, a nível salarial, de emprego ou de acesso a lugares de chefia.

O candidato socialista deu também conta de que há um problema grave, que é necessário enfrentar, que tem a ver com a violência de género e a violência doméstica, defendendo que “é preciso romper silêncios e desconstruir preconceitos”.

“Nós precisamos de ter políticas que possam alterar estes comportamentos sociais e isso passa muito pela educação”, acrescentou.

Por outro lado, Paulo Cafôfo lembrou também a questão dos portugueses que regressam da Venezuela, sublinhando que, também aqui, há um trabalho a fazer “nesta questão das minorias, da intolerância que por vezes acontece”.

“Uma orgânica no Governo com a questão da Igualdade, com destaque político, fará a diferença, numa alteração que é difícil, mas que tem de ser feita”, sublinhou, sustentando a importância da criação de uma direção regional “que possa assumir esse papel de execução, de planeamento de políticas no âmbito da Igualdade”.

“Isto é essencial, não só para dar um sinal político, mas para concretizar ações que têm de ser feitas, e a Madeira pode e deve ser um exemplo no âmbito da igualdade”, vincou.

Planos Municipais são “um grande instrumento” para a igualdade

Por seu turno, a presidente das Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos (MS-ID), Elza Pais, manifestou a sua preocupação em relação ao fenómeno da violência doméstica, que considerou ser “uma chaga”, assinalando que este ano, em Portugal, foram já assassinadas 18 mulheres em contexto de violência doméstica.

“É um conjunto de crianças que ficam órfãs de mãe e os pais vão para as cadeias”, constatou, sublinhando a necessidade de intervir ao nível da prevenção. A presidente das Mulheres Socialistas entende que os municípios podem desempenhar um papel muito importante nesta área, promovendo apoios, mas também em outras áreas, como na discriminação em função da etnia ou da orientação sexual, trabalhando de forma ativa com as escolas na prevenção.

Na sua intervenção, Elza Pais destacou a importância dos planos municipais, como “um grande instrumento para a igualdade”, de aproximação das pessoas e organização dos territórios. “É um instrumento para melhorar a vida de todos e todas nós, adultos em idade de trabalho ativo, mas que também têm necessidade de conciliar as suas vidas de trabalho com as suas vidas pessoais e familiares”, afirmou, sustentando que as câmaras municipais têm aqui um papel central, enquanto unidade de poder mais próxima das pessoas.

Já a presidente do Departamento Regional das Mulheres Socialistas, Mafalda Gonçalves, salientou que se a discriminação em função do género é cultural, “então cabe-nos a nós agir sobre a sociedade, de forma a criar mecanismos que possam reverter essa discriminação”.

Segundo a responsável regional, os planos municipais para a igualdade são instrumentos fundamentais para se iniciar o processo de mudança que é necessário. “É uma ferramenta potenciadora e criadora de igualdade na sociedade”, afirmou, acrescentando que o poder autárquico, pela sua natureza de proximidade aos cidadãos, tem uma responsabilidade acrescida nesta mudança.

Também presente, o presidente do PS-Madeira, Emanuel Câmara, enalteceu a iniciativa das Mulheres Socialistas, considerando que este é mais um contributo do PS, não apenas para os militantes e simpatizantes, mas também para a população em geral.

“São contributos ainda mais importantes por se tratarem da criação de mecanismos para serem usados pelo poder autárquico em prol da igualdade”, vincou.

No entender do líder dos socialistas madeirenses, “este instrumento será uma mais-valia para o desempenho das diferentes gestões autárquicas”, vincando que, “mais uma vez, o PS está na vanguarda da implementação destes instrumentos, indo ao encontro da população”.

O ‘workshop’ teve como formadora Margarida Queirós, professora do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.