Pasta atribuída a Elisa Ferreira “honra” Portugal e é estratégica para o país
“Esta era a pasta que tínhamos acertado com a senhora Ursula von der Leyen, penso que honra o nosso país e que, seguramente, está ao nível da qualidade da nossa comissária. A pasta permitirá à comissária Elisa Ferreira – e também a Portugal – trabalhar em áreas estratégicas para o país”, declarou.
António Costa referiu ainda que a pasta que será desempenhada pela comissária portuguesa “é mais alargada do que é tradicional, tendo a dimensão dos fundos estruturais (FEDER e fundo de coesão)”, integrando ainda “dois novos fundos que financiarão a transição para a sociedade digital e para o novo paradigma energético”, o “novo fundo que constitui o embrião da capacidade orçamental da zona euro” e “a dimensão do desenvolvimento da estratégia das políticas urbanas da União Europeia”.
“Temos todas as razões para estarmos satisfeitos. Esta distribuição de pastas vai permitir a Portugal dar um contributo importante para prosseguirmos a política de coesão territorial na União Europeia, para contribuímos ativamente para a transição energética e para a transição digital e, finamente, para assegurarmos algo que tem sido um cavalo de batalha muito grande do país: A existência de uma capacidade orçamental própria na zona euro”, sublinhou.
No plano político, o líder do Governo e Secretário-geral socialista felicitou a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “não só pela forma como distribuiu os pelouros entre os diferentes Estados-membros, como também entre as diferentes famílias políticas”.
“Estamos perante um bom resultado que é do agrado do Governo português, que é do agrado da presidente da Comissão e que acho que será sobretudo bom para a Europa”, defendeu.
Uma vitória para a União Europeia e para Portugal
Também o coordenador da delegação socialista no Parlamento Europeu, Carlos Zorrinho, saudou a pasta atribuída à comissária portuguesa, considerando que a importância dos pelouros constitui “uma vitória” para a União Europeia e para Portugal.
“A atribuição desta pasta a Elisa Ferreira constitui, em primeiro lugar, uma vitória para a União Europeia. E uma boa vitória para Portugal, tendo em conta o conteúdo da pasta e o perfil de Elisa Ferreira”, afirmou, em Bruxelas, o eurodeputado socialista.
Carlos Zorrinho recordou que o PS e “este Governo em particular” têm defendido que “a resposta para a afirmação da União Europeia neste contexto competitivo é a convergência”.
“Verdadeiramente, a pasta da Coesão e Reformas é a pasta da convergência porque Elisa Ferreira vai ter responsabilidade sobre os fundos estruturais e de proximidade, nomeadamente os fundos de coesão e outros que permitem desenvolver os territórios, mas vai ao mesmo tempo ter responsabilidade sobre os fundos de transição, ou seja, sobre aqueles recursos que vão permitir aos países e às regiões fazer a transição digital que é necessária, o progresso necessário para a descarbonização e transição energética e fazê-lo de forma justa, mantendo a competitividade dos territórios”, elencou Carlos Zorrinho, apontando que “Elisa Ferreira tem ainda, com a sua pasta, a missão de desenvolver a capacidade orçamental da UE, que será no futuro a chave da convergência, para que a UE tenha recursos próprios, que são fundamentais para financiar as reformas estruturais de média e longo prazo”.
“É uma boa notícia a escolha desta pasta e deste portefólio”, concluiu o líder dos deputados socialistas no Parlamento Europeu.