“A Iniciativa Liberal quer derrubar o Governo. Este é um partido que ainda não resolveu o problema de instabilidade interna e está a querer provocar instabilidade no país”, sustentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS durante o debate da moção de censura ao executivo.
Lembrando que a legislatura tem nove meses e o Governo tem apresentado bons resultados, Eurico Brilhante Dias salientou que “o país está no caminho certo, tem um bom Governo” e tem uma maioria de 120 deputados que o apoia.
Dirigindo-se à bancada da Iniciativa Liberal, o líder parlamentar socialista perguntou à “direita radical” o que quer travar verdadeiramente: “Quer travar a Agenda para o Trabalho Digno? Quer travar a agenda que permite que os trabalhadores tenham melhores condições? Quer travar o acordo de rendimentos e salários, que permite um aumento até 20% até 2026? Quer parar com a descentralização e com mais eficiência na execução da despesa pública? Quer travar o aumento do salário mínimo?”.
Apesar de, no início da legislatura, a IL se ter querido sentar entre o PS e o PSD, agora a Iniciativa Liberal está cada vez mais encostada ao Chega. “Hoje vai votar esta moção de censura sozinho com a extrema-direita parlamentar”, vincou o dirigente socialista.
Eurico Brilhante Dias admitiu que ficou claro o motivo que levou os portugueses a confiarem no PS nas últimas eleições legislativas. O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, “fez uma intervenção em que não se percebe a direção do seu partido e em que não se percebe que alternativa terá quando faz um conjunto de críticas sucessivas. O PPD/PSD está a transformar-se num partido que não é de oposição, é um partido da ‘não posição’ e do bota-abaixismo. E isso não cria nenhuma alternativa neste país”, alertou.
Quanto ao Bloco de Esquerda, ainda “não percebeu porque é que os portugueses deram uma maioria absoluta ao PS e colocaram o BE na oposição”. “O Bloco de Esquerda continua a insistir em confundir o PS com a direita e os portugueses de esquerda, perante essa confusão, não têm dúvida: votam no PS para terem políticas de esquerda”, explicou.
No final da sua intervenção, Eurico Brilhante Dias assegurou que o Partido Socialista tem um programa, que vai continuar a cumprir, tem a confiança dos portugueses e é o “referencial de estabilidade”.