Parceria Portugal Espanha reforça a infraestrutura de supercomputação no âmbito da iniciativa EuroHPC
Portugal e Espanha foram dois dos países vencedores do concurso que visa a instalação, em ambos os países, de infraestruturas de supercomputação, o que permitirá reforçar a “Rede Ibérica de Computação Avançada – RICA” e a capacidade europeia neste domínio.
Durante o primeiro semestre deste ano, os dois países desenvolveram estratégias concertadas tendo em vista:
- a instalação de um supercomputador do tipo “pre-exascale” no Barcelona Supercomputing Center – Centro Nacional de Supercomputación (BSC/CNS), cuja participação portuguesa representa cerca de 10% do respetivo consórcio que também inclui a Turquia e a Croácia e é apoiado pela Irlanda.
- a instalação no MACC – Minho Advanced Supercomputing Center” de um outro supercomputador do tipo “petascale”, numa candidatura apoiada pelo BSC/CNS.
Ambas as candidaturas foram vencedoras, tendo o respetivo anúncio sido efetuado esta manhã, em Bruxelas, pela Comissão Europeia, que também divulgou as demais propostas aprovadas que irão reforçar significativamente a capacidade Europeia neste fundamental recurso digital de apoio à investigação científica e tecnológica.
O supercomputador “petascale”, a ser instalado em Portugal, tem uma capacidade de 10 petaflops, o que representa um aumento de cerca de 40 vezes sobre a atual capacidade de calculo do maior supercomputador Português, que se encontra instalado no MACC no âmbito de uma parceria com o Texas Advanced Computing Centre, UT Austin. Ao nível da capacidade de memória e armazenamento dados, este novo supercomputador terá 266 TBytes e 10 PBytes respetivamente, dispondo assim de recursos essenciais ao suporte de operações avançadas de análise de dados e inteligência artificial.
Este resultado, extremamente positivo, vem criar grandes oportunidades para as comunidades científicas de Portugal e de Espanha, não só para especialistas em supercomputação, mas também para um crescente grupo de áreas de investigação aplicada com crescentes necessidades de processamento digital de informação, entres as quais se destacam a medicina, terra e espaço, física e mobilidade. Este aumento significativo do poder de computação disponível, irá permitir a toda a comunidade do sistema científico e tecnológico nacional um acesso mais facilitado a este tipo de equipamentos, essenciais para trabalhos no domínio do cálculo intensivo, da ciência de dados e da inteligência artificial.
Estes poderosos equipamentos representarão também uma oportunidade única para o tecido empresarial, permitindo elevar significativamente a sua capacidade de conceção, otimização e validação de novos produtos e serviços, abrindo importantes vias de criação de valor acrescentado para a economia Portuguesa.
Este resultado potencia também o reforço da integração de Portugal e de Espanha em diferentes redes e consórcios europeus, envolvidos no desenvolvimento e na utilização destas tecnologias. A operacionalização destas máquinas, a ter lugar até 2023, consubstanciará de forma robusta a consolidação da “Rede Ibérica de Computação Avançada – RICA”, e a sua afirmação nos contextos europeu e mundial.