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Para Pedro Silva Pereira: “É uma fantasia a ideia de que poderia haver outro documento”

Para Pedro Silva Pereira: “É uma fantasia a ideia de que poderia haver outro documento”

O ministro da Presidência negou hoje que o ministro das Finanças tenha escrito uma carta ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com compromissos adicionais sobre redução da taxa social única (TSU) e acusou Francisco Louçã de fazer truques.

 

 

Pedro Silva Pereira falava aos jornalistas em conferência de imprensa, referindo-se a um dos pontos do debate televisivo travado quarta-feira na SIC entre os líderes do PS, José Sócrates, e do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã.
 “O truque [de Francisco Louçã] foi o de procurar sugerir que [os excertos que lia] não estavam no memorando estabelecido com as instituições e que se trataria de uma coisa escondida – essa ideia é falsa. O que o dr. Francisco Louçã leu não foi carta nenhuma e apenas leu o memorando estabelecido com o FMI e com as outras instituições internacionais”, contrapôs Pedro Silva Pereira.
De acordo com o ministro da Presidência, o memorando apenas prevê um compromisso no sentido de se apresentar uma proposta para uma redução significativa da TSU, mas que não está neste momento quantificada”.
“Responsavelmente, é difícil perceber que essa proposta pudesse estar quantificada. Só contas em cima do joelho é que podem permitir que uma semana depois [da celebração do acordo] alguém esteja em condições de dizer quanto é que é exatamente essa redução”, declarou Pedro Silva Pereira, agora numa crítica implícita ao PSD.
Em matéria de redução da TSU, o ministro da Presidência sustentou que há “apenas um princípio genérico que não está quantificado e que depende de uma proposta a apresentar pelo próximo Governo”.
“O ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal vão realmente enviar uma carta, mas essa carta não foi ainda enviada. Existe apenas um projeto de carta – e esse projeto não refere nada de compromisso adicional em matéria de TSU”, referiu o membro do executivo, antes de reiterar que no debate da SIC Louçã “não leu a carta do ministro das Finanças, que não existe, mas sim uma parte do documento que já era conhecido a propósito de reformas estruturais para a competitividade e que incluem uma componente de redução da TSU”.
Para Pedro Silva Pereira, “é uma fantasia a ideia de que poderia haver outro documento enviado para o estrangeiro escondido dos portugueses com compromissos adicionais”.
“O Governo não pode por isso deixar de esclarecer os portugueses sobre os termos exatos do que foram os seus compromissos. Caberá ao próximo Governo estudar a proposta que deve apresentar, porque deve depois integrar o Orçamento para 2012”, alegou o ministro da Presidência.