À saída da sessão de boas-vindas aos novos militantes do PS, que decorreu na sede nacional do partido, José Luís Carneiro foi questionado pelos jornalistas sobre a sugestão feita pelo Presidente da República, esta quinta-feira, para que seja feito um acordo político sobre o papel do SNS, do setor social e do setor privado na saúde.
“O que me foi possível perceber, por aquilo que me foi transmitido da declaração, foi que o senhor Presidente da República acabou por tornar mais evidente que o Governo falhou na sua política de saúde”, defendeu.
O líder do PS considerou evidente que Marcelo Rebelo de Sousa “acaba por certificar as palavras que todos têm dito a partir da oposição”, ou seja, “de que o Governo falhou e mostra-se incapaz de responder às necessidades”.
“O Governo fez tábua rasa sobre uma reforma que estava em curso, resultado de uma aprendizagem que se fez num dos momentos mais críticos que viveu o país que foi a pandemia, e sem sequer ter a preocupação de avaliar os resultados dessa mudança, entendeu decapitar essa estrutura e dar soluções aleatórias para problemas que exigem planeamento, recursos humanos, política de formação e uma resposta em relação à articulação entre os cuidados primários e os cuidados hospitalares”, criticou, insistindo que “o falhanço na saúde tem um responsável” que “é o primeiro-ministro”.
“O Governo prometeu soluções no prazo de 100 dias para resolver as questões da emergência médica” e “não foi capaz de o fazer”, afirmou.
Sobre a sugestão do Presidente da República, José Luís Carneiro disse ir “ouvir com atenção” e depois, num momento oportuno, irá responder “de forma mais extensa e profunda”.
“Vou conhecer os termos em que o senhor Presidente da República apresentou a proposta. A prova de que estamos disponíveis para ser parte das soluções foi que apresentámos em julho, antes do verão, uma proposta para a gestão e para a coordenação da resposta para a emergência hospitalar”, lembrou, referindo que até hoje a ministra da Saúde ainda não deu provas de a querer pôr em prática.