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Paixão pela austeridade isola Governo de direita

Paixão pela austeridade isola Governo de direita

AJS_parlamento_2.jpgInsistir em consolidar as contas públicas só pelo lado da austeridade tem conduzido o Governo a um “crescente isolamento perante as forças sociais e políticas, incluindo o senhor Presidente da República”, apontou o Secretário-geral do PS, hoje, no debate quinzenal da Assembleia da República, ocasião em que o chefe do Executivo recusou a proposta socialista de renegociar o programa de assistência financeira.

Lembrando que o Partido Socialista há vários meses que defende uma agenda para o crescimento e o emprego, Seguro frisou que Portugal precisa de mais um ano para consolidar as suas contas públicas e proceder a uma maior abertura do crédito às pequenas e médias empresas junto da banca. E assegurou que o PS respeita os compromissos assumidos junto da troika, “mas não aceita que se aproveite o memorando para executar uma agenda ideológica que não foi sufragada pelos portugueses”.

António José Seguro referiu ainda que o programa de assistência financeira, ao longo dos últimos meses, já foi alvo de actualização relevantes.

No capítulo dos apoios às pequenas e médias empresas, o líder socialista exigiu ao Governo a injecção de maior liquidez na economia portuguesa, criticando o facto das medidas de apoio às PME terem demorado seis meses a serem adoptadas.

Desmascarando o mais recente embuste do Governo, António José Seguro questionou depois Pedro Passos Coelho sobre quanto da linha de crédito é capital novo, com o primeiro-ministro a acabar por ter de responder que são apenas 900 milhões de euros dos 1500 milhões anunciados, uma quantia que, mesmo assim, fica muito aquém da contemplada na proposta do PS que prevê a adopção de uma linha de crédito na ordem dos cinco mil milhões de euros, financiamento a ser obtido através de negociação com o Banco Europeu de Investimentos.

Depois do embuste, já desfeito, da falsa necessidade de cortar os subsídios de Natal em 2011, agora a mentira duma linha de crédito que nasceu sob pressão, mal engendrada com verbas remanescentes de anteriores programas. A proposta do PS era de cinco mil milhões de euros em “dinheiro novo” para as empresas com apoio do Banco Europeu de Investimentos, em vez dos 900 milhões de euros de “dinheiro novo” que o Governo agora apressadamente inventou.

Neste primeiro debate quinzenal de 2012 o secretário-geral do PS desafiou o Executivo a recuar novamente e devolver à concertação social a proposta de aumento da meia hora de trabalho, que fez romper as negociações com os sindicatos.

Seguro lembrou que o Conselho de Ministros de ontem não aprovou as alterações às regras do subsídio de desemprego para negociar com os parceiros sociais e terminou a sua intervenção sublinhando que “esta semana, em cima da hora, o Governo recuou e retirou as alterações ao subsídio de desemprego dizendo que gostaria que esse assunto fosse debatido na concertação social”.

“Peço-lhe que retire também a proposta da meia hora e que a devolva à concertação”, concluiu.

O Governo recuou, continua a recuar e já está acantonado num forte ideológico longe da realidade do País e dos portugueses!