Durante o debate com o primeiro-ministro, o Secretário-Geral do PS sublinhou que o país tem sido assolado por “uma vaga de despedimentos coletivos”, que resultou em “mais de 5.500 trabalhadores despedidos” no ano de 2024.
Alertando para a situação “muito difícil” no setor têxtil e para a constante ameaça no setor automóvel, Pedro Nuno Santos defendeu que o país precisa de “uma estratégia para transformar a economia”. No entanto, ficou claro que o primeiro-ministro não tem qualquer estratégia para a economia portuguesa.
Pedro Nuno Santos recordou depois que, a par da localização do futuro aeroporto de Lisboa, uma das primeiras decisões do Governo foi alargar a capacidade aeroportuária do aeroporto Humberto Delgado até à inauguração do novo aeroporto.
Tal como na altura o Partido Socialista disse que era impossível aumentar-se o número de movimentos por hora sem uma avaliação de impacto ambiental – com o Governo a insistir que “não era necessário” –, a Agência Portuguesa do Ambiente veio concordar, em dezembro último, com o PS e assegurou que é necessária uma avaliação de impacto ambiental.
Assim, Pedro Nuno Santos questionou o primeiro-ministro sobre a solução do Executivo para aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa “até à inauguração longínqua do novo aeroporto”.
Diploma sobre acesso de estrangeiros ao SNS envergonha o PSD
Passando, em seguida, para a área da saúde, o Secretário-Geral do PS recordou quando o ex-bastonário da Ordem dos Médicos e atual deputado do PSD, Miguel Guimarães, dizia que “até ao final do ano de 2024 todos os portugueses teriam médico de família”.
No entanto, “terminámos o ano com um milhão e 500 mil portugueses sem médico de família”, apontou.
“Quem fez uma campanha a prometer resolução rápida foi o primeiro-ministro”, vincou Pedro Nuno Santos, que confrontou a bancada do Governo com alguns números: “Foi autorizada a abertura de 240 vagas para médico de família. No distrito de Castelo Branco, onde há duas unidades locais de saúde, há 28 mil utentes sem médico de família. Não foi autorizada nenhuma vaga”.
Já “na unidade local de saúde Almada-Seixal, que serve 350 mil habitantes, propuseram a abertura de 14 vagas porque eram essas as necessidades. Foi autorizada uma vaga”, lamentou.
Pedro Nuno Santos disse ainda que o diploma sobre o acesso de estrangeiros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) “envergonha o PSD”, tal como o comprova a “irritação” do primeiro-ministro com o tema.
“Percebe-se bem a irritação do primeiro-ministro com este tema, porque sabe que num país com sentido de humanismo há situações que são inaceitáveis”, comentou.
E confrontou Luís Montenegro com alguns casos: “Se uma mulher grávida em situação irregular em Portugal chegar à porta de um hospital em trabalho de parto, o que é que o hospital deve fazer? Se um cidadão estrangeiro em situação irregular chegar à porta de um hospital com uma doença infectocontagiosa, o que é que o hospital deve fazer?”.
Nenhum dos exemplos dados por Pedro Nuno Santos poderá ser atendido num hospital “com o diploma que o PSD apresentou no Parlamento”, que teve apenas o apoio do Chega, criticou o secretário-geral do PS.
“Ainda ontem [terça-feira] ficámos a saber que o SNS gasta 34 milhões de euros com cidadãos estrangeiros e recebe 29. É este o drama” que aflige o PSD de Luís Montenegro, disse.