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País não aproveita potencial dos portugueses no estrangeiro

País não aproveita potencial dos portugueses no estrangeiro

O secretário nacional do PS para as Comunidades, António Galamba, defendeu, em Paris, que Portugal “não está a aproveitar o potencial” que as comunidades pelo mundo representam para o país.

“Muitas vezes, o que essas pessoas me dizem é que não se sentem acarinhadas quando vão a Portugal ou quando contactam com a administração do Estado português”, disse António Galamba, que esteve hoje na iniciativa “Autorretrato da Comunidade Portuguesa – Paris 2012”, promovida pela secção do PS na capital francesa.

O dirigente socialista lembrou que “a emigração não é um ‘eldorado’ e não corre sempre bem”, sustentando, que, “naquelas situações [de emigrantes] que conseguiram integrar-se plenamente e afirmar-se nas sociedades, Portugal não está a aproveitar o potencial que existe, nomeadamente nesta fase de dificuldades grandes, até para atrair investimentos”.

“Há aqui uma situação que devíamos inverter para canalizar as energias que existem em França, mas também noutros pontos onde [vivem] cidadãos portugueses que podiam dar um contributo ainda maior para afirmar o país e para ajudá-lo a sair da crise”, afirmou.

Dos debates realizados, António Galamba leva algumas preocupações: “Este sentimento de abandono e de desconsideração que perpassa um pouco na comunidade em relação ao Estado português, mas também as dificuldades que existem junto dos cidadãos mais idosos, e outras que têm que ver com a língua portuguesa, e que agora percebemos”.

“Quando o primeiro-ministro vem propor que também seja paga parte do ensino público, até parece que nas comunidades havia um ensaio dessa lógica neoliberal e conservadora”, declarou.

O secretário nacional reteve outros problemas, como por exemplo “o facto de o cartão do cidadão estar a criar problemas para que os portugueses possam inscrever-se nos cadernos eleitorais, porque não tem toda a informação necessária”.