“A capacidade estratégica e operacional de Otelo Saraiva de Carvalho e a sua dedicação e generosidade foram decisivas para o sucesso, sem derramamento de sangue, da Revolução dos Cravos”, refere a nota do executivo socialista, salientando que se tornou, “por isso, e a justo título”, um dos símbolos do 25 de Abril.
“Neste dia de tristeza honramos a memória de Otelo, como um daqueles a que todos devemos a libertação consumada no 25 de Abril e, portanto, o que hoje somos”, enalteceu, endereçando sentidas condolências à sua família, assim como à Associação 25 de Abril.
Ferro Rodrigues homenageia “o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”
Também o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, assinalou, com pesar, o desaparecimento de Otelo Saraiva de Carvalho, lembrando o que considerou ser “o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”.
“Apesar dos excessos que se possam apontar, nomeadamente no período pós 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho foi, e será sempre considerado, o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”, refere a mensagem da segunda figura do Estado português.
“Por todos os democratas, que ansiavam por viver em liberdade e em democracia, Otelo Saraiva de Carvalho concretizou esse sonho”, enalteceu Ferro Rodrigues, salientando que “no momento do seu desaparecimento, e pelo seu decisivo contributo, é justo render-lhe a mais sentida homenagem”.
Otelo Saraiva de Carvalho, militar e estratego do 25 de Abril de 1974, faleceu na madrugada de hoje, aos 84 anos, no hospital militar. Nascido em 31 de agosto de 1936 em Lourenço Marques, Moçambique, Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho foi o coordenador operacional da ação militar do Movimento das Forças Armadas, que, no dia 25 de abril de 1974, derrubou o regime do Estado Novo, pondo fim à mais longa ditadura do século XX na Europa e abrindo caminho ao regime democrático em Portugal.