“A crise política que estamos a viver, obrigando o país a desviar a sua atenção no maior combate das nossas vidas, exigindo desfocar a luta que estava a ser feita em nome de uma geração, pelo controle da crise sanitária, não era incontornável e, em boa verdade, nunca deveria ter ocorrido”, salientou o socialista durante o período de declarações políticas na reunião da Comissão Permanente desta tarde.
E notou que, “apesar da complexa situação de saúde pública, os sinais de recuperação económica são consistentes. O país está no pelotão da frente no arranque do crescimento económico em 2021, a dívida pública continua a cair, o investimento público deverá acompanhar o enorme dinamismo do investimento privado, o desemprego é dos mais baixos da Europa, os rendimentos dos portugueses têm crescido e as políticas públicas tiveram efeito positivo na manutenção da capacidade produtiva e na robustez empresarial, através do reforço da sua capitalização”.
Carlos Pereira, que apontou que “Portugal, nos últimos anos, conheceu o período de maior crescimento económico desde a democracia”, frisou que “o superavit das contas públicas, a redução da dívida e as boas previsões orçamentais, que tiraram o país do procedimento de défices externos, deram o reconhecimento internacional que permitiu financiar a economia a um custo mais baixo e enfrentar os desafios da Covid-19”. “Os portugueses passaram a confiar no Governo, como aliás explicou a revista Forbes para justificar os bons resultados no combate à pandemia”, congratulou-se.
O vice-presidente da bancada socialista deixou depois a garantia de que “o PS tem orgulho num trajeto onde lutámos ao lado dos portugueses e enfrentámos a maior crise que temos memória. Neste momento, a menos de um mês de eleições, continuamos sem baixar os braços e com o mesmo sentido patriótico associamo-nos às preocupações do Senhor Presidente da República: é preciso virar a página da pandemia e é preciso estabilidade e previsibilidade”.
“O PS construiu um legado de estabilidade em torno de António Costa, minimizando arrufos constitucionais, respeitando os órgãos de soberania e partilhando decisões com o mais alto magistrado da República, sem exuberância e com elevado sentido de Estado. Com isto mostrou a relevância e a utilidade de um perfil dialogante e construtor de pontes, mas ao mesmo tempo destruidor de intrigas palacianas. O PS com António Costa derrubou muros aparentemente intransponíveis sempre por um bem maior – o bem-estar dos portugueses”, asseverou.
Portugueses sabem quem abandonou o barco à primeira oportunidade
Por sua vez, é também notória a “irresponsabilidade dos que chumbaram o Orçamento do Estado”, lamentou.
“Portugal inteiro conhece os responsáveis desta infeliz circunstância: sabem quem são os que saíram do barco à primeira oportunidade, abandonando os portugueses sem dó nem piedade, sabem quem são os que ensaiaram uma dificuldade inultrapassável para também sair e sabem os que nunca estiveram verdadeiramente com o país, mas sempre à espreita de um momento para que a instabilidade os favorecesse”, recordou.
“Hoje vale a pena lembrar que em vez de oferecer à Europa um pacote de redução de 600 milhões nas pensões dos portugueses, que aliás o atual líder da oposição [Rui Rio] chegou a afirmar, sobre a negociadora-mor desta abordagem, Maria Luís Albuquerque, que ‘se estivesse no seu lugar fazia igual ou pior’, mas, em vez disso, negociámos um Plano de Recuperação e Resiliência, assegurando os meios para defender os portugueses e potenciar a nossa capacidade produtiva”, evidenciou Carlos Pereira.
O socialista asseverou que “o país sabe que não é o momento de arriscar em aventuras” e que “os portugueses sabem que o caminho é estreito e a alternativa protagonizada pelo líder da oposição não assegura a estabilidade nem dá confiança na construção de um Portugal moderado e progressista”.
De acordo com Carlos Pereira, “Portugal enfrenta um desafio ímpar: vai a votos para eleger um Governo, mas onde o maior partido da oposição claudicou aos pés dos princípios, deixando aos portugueses o PS como a única solução moderada e progressista e com garantias de estabilidade. A única que evita riscos e aventuras e proporciona a estabilidade de quatro anos de que Portugal tanto precisa”.