Os eleitores precisam de uma esquerda sem ambiguidades
“Nós construímos uma solução política em Portugal que deu bons resultados. Mas a esquerda, também em matéria europeia, tem que parar de ser ambígua, neste tempo das eleições europeias a esquerda tem que ser clara”, afirmou Pedro Marques.
Perante os 1500 apoiantes que encheram por completo o pavilhão em Setúbal, onde decorreu ontem o jantar-comício, Pedro Marques criticou a indecisão dos partidos da esquerda quanto à permanência de Portugal na zona euro e pediu explicações aos comunistas quanto às consequências de uma eventual saída.
O PCP “tem sido mais ou menos claro” em matéria europeia e “defende a saída [de Portugal] do euro”, mas tem que “explicar aos portugueses como é que se enfrenta a vaga de despedimentos e êxodo de empresas, a desvalorização dos salários e das pensões, dos nossos depósitos”, que daí resultariam.
Para o cabeça de lista socialista, o Bloco de Esquerda (BE) é mais ambíguo sobre esta matéria e por isso “tem que esclarecer” a sua posição, visto “que ainda há bem pouco tempo falaram em preparar um cenário de saída do euro” e, nesse caso, “têm de explicar onde estão” em termos de política monetária europeia.
Os bloquistas “estão disponíveis para estar na coligação dos europeístas onde está Aléxis Tsipras, que connosco, com o António Costa, também com Macron, com tantos na Europa, estamos a construir uma coligação europeísta”, questionou Pedro Marques.
O jantar-comício contou, entre outros, com o presidente da Federação de Setúbal, António Mendes, o ministro Mário Centeno e o Secretário-geral do PS, António Costa.