Os cidadãos devem estar no centro do projeto europeu
Os sete países do sul da Europa têm “uma visão comum” para o futuro da União Europeia que assenta na ideia fundamental de ter os cidadãos “no centro do projeto europeu”, defendeu ontem em Madrid o primeiro-ministro, António Costa, na terceira cimeira dos países do sul da Europa.
Para António Costa, esta cimeira de Madrid, que se seguiu às já realizadas em Atenas e em Lisboa, foi mais uma “excelente demonstração” de como países tão diversos e com economias com graus de desenvolvimento tão diferentes são capazes de ter posições comuns, quer na defesa dos seus interesses específicos, quer na “defesa de uma visão comum para a Europa”.
Com efeito, sublinhou o primeiro-ministro, apesar de estas cimeiras juntarem sete países tão diferentes em vários aspetos, designadamente com governos que provêm de “famílias políticas distintas”, une-os o facto de todos partilharem “uma visão comum” sobre os desafios que hoje se colocam à Europa e ao seu futuro, visão essa, como aludiu, que é suportada no princípio de que os “cidadãos devem estar no centro da discussão sobre o futuro do projeto europeu”.
Segundo o chefe do Governo, só envolvendo os cidadãos europeus nas várias discussões sobre o futuro da União Europeia é que será possível chegar a conclusões estáveis e seguras, quer ao nível da segurança e da cooperação nas fronteiras externas, quer em relação à ameaça interna que constitui o terrorismo.
Mas também só envolvendo os cidadãos, defendeu ainda António Costa, é que será possível alcançar uma política comercial ativa, que ajude a “regular a globalização” e a “vencer a ideia do protecionismo”, o que na opinião do primeiro-ministro permitirá um diálogo “mais aberto e vantajoso” com outras regiões e outras economias do mundo.
Futuro de prosperidade
Cabe aos governos da União Europeia, sustentou ainda António Costa, garantir aos cidadãos um “futuro de prosperidade, de crescimento e de emprego” assente na inovação, na energia e no “novo mercado digital”, uma visão de futuro da Europa, que deve estar “centrada nos cidadãos”, e que exige “novos avanços no quadro da União Europeia”, congratulando-se, a este propósito, com a iniciativa do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao ter aberto um debate com base no livro branco, onde aborda várias temáticas, como a Europa social ou a união económica e monetária.
Reafirmando o que há muito vem defendendo, o primeiro-ministro foi claro ao sustentar que o futuro e o desenvolvimento da Europa exigem “bases sólidas”, que passam pela “estabilização da zona euro e pela consolidação do euro”, sendo por isso necessário, como referiu, “completar a união económica e monetária”, reforçando a convergência económica e o “pilar social da União Europeia”.
Esta reunião dos sete países do sul da Europa, que ontem teve lugar na capital espanhola, serviu para coordenar a posição que estes países vão levar em 29 de abril à Cimeira Europeia extraordinária, encontro onde os 27 deverão adotar as orientações para a negociação do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.
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