Orçamento participativo para a ciência e investigação
Trabalhos de ciência e investigação vão poder concorrer, no próximo ano, a verbas de um orçamento participativo, que será criado nos próximos meses, anunciou ontem o ministro da Ciência, Manuel Heitor.
O objetivo é utilizar até 1% do orçamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para o novo projeto que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior espera estar pronto até ao final do ano.
Ou seja, um orçamento participativo de ciência e tecnologia para a implementação de novos projetos e agendas de investigação definidas por iniciativa pública, atores individuais e coletivos.
Tal como já acontece em algumas câmaras e freguesias, em que a população pode escolher qual o projeto que deve ser financiado e posto em prática, no próximo ano também os trabalhos de ciência e investigação vão poder concorrer a um orçamento participativo, revelou hoje o ministro Manuel Heitor, durante a cerimónia de abertura do “Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal 2016”, que decorre até amanhã, quarta-feira, em Lisboa.
Este é um dos cinco desafios que o Governo de António Costa quer lançar até ao final do ano e que deverá começar a funcionar em 2017.
Estimular o emprego científico
Lançar um concurso nacional para criar e desenvolver Laboratórios Colaborativos estimulando o emprego científico em colaboração entre as comunidades científica e académicas e as empresas, mas também entre as organizações civis e culturais em todas as áreas do conhecimento é outra das iniciativas anunciadas por Manuel Heitor.
O ministério está ainda a preparar um Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em articulação com a FCT, a Agência Nacional de Inovação e a Ciência Viva.
No próximo ano, adiantou o ministro, as instituições de Ciência e Tecnologia poderão utilizar “pelo menos 5% dos seus orçamentos plurianuais e de novos projetos de investigação e desenvolvimento com financiamento público para atividades de divulgação e participação pública”.
O Governo pretende ainda estimular a identificação com o sector produtivo e as empresas para os grandes desafios científicos e tecnológicos de forma a conseguir um maior financiamento privado de novas atividades de I&D nas instituições científicas e académicas.