“Ao fim de uma hora e meia de debate, parece-me evidente que há uma conclusão que temos que tirar: toda a oposição ‘fugiu que nem o diabo da cruz’ dos bons resultados da economia portuguesa”, denunciou o dirigente socialista durante o debate sobre política setorial com o ministro da Economia e do Mar.
Carlos Pereira salientou que “a oposição não quer discutir os assuntos das pessoas, aquilo que preocupa de facto os portugueses” e comentou que a economia está “a crescer muito – a crescer mais do que os senhores esperavam –, exportações a crescer bastante e a superar todos os recordes, investimento direto estrangeiro a demonstrar que este Governo – que os senhores acusavam que era de esquerda e que não ia dar confiança aos investidores – está a atrair muito investimento”.
“Tudo isto são, de facto, boas notícias”, frisou o vice-presidente da bancada socialista, que ironizou que, “para a Iniciativa Liberal, são um horror as boas notícias da economia portuguesa”. Aliás, a Iniciativa Liberal não reconhece nenhum indicador bom da economia portuguesa, como ficou comprovado no debate desta tarde quando um deputado deste partido “teve a ousadia de dizer que os indicadores do INE e do Eurostat são propaganda”.
Ora, também o PSD “fugiu de tudo e trouxe a TAP”, notou Carlos Pereira, que afirmou que, “esta semana, ficámos a saber algo inacreditável: a 12 de novembro de 2015 – já era uma altura em que o vosso Governo [de direita] tinha tido o programa de Governo chumbado na Assembleia da República – num qualquer escritório que ninguém conhece até hoje, na calada da noite, à 25ª hora, assinaram um contrato para privatizar a TAP”.
“No dia seguinte, privatizaram a TAP ao senhor [David] Neeleman, no dia seguinte, o senhor Neeleman comprou 53 aviões não em nome da TAP, mas em nome de uma companhia do senhor Neeleman. Depois disso, no dia seguinte, a TAP passou a ser a compradora desses 53 aviões e, em contrapartida, desistiu de 12 aviões que tinha comprado. E perante esta ‘mixórdia’ que ninguém percebe, houve muitos milhões envolvidos”, esclareceu.
Pedindo explicações à bancada do PSD, Carlos Pereira sublinhou que “esses milhões envolvidos não vieram nem para a TAP, nem para o interesse público”.