Opinião: Criação de emprego
Embora a semana tenha ficado marcada em termos económicos pela divulgação dos dados oficiais sobre a execução orçamental até ao final do mês de agosto, que vieram reforçar a confiança no cumprimento das metas do défice fixadas por Bruxelas (ao fim de oito meses o défice está em 72% do valor previsto para o conjunto do ano, quando no ano passado por esta altura andava nos 85%…), importa que não passem despercebidos os dados sobre o emprego, igualmente muito importantes, que foram divulgados pelo INE.
Segundo os valores definitivos apurados pela autoridade estatística para o mês de julho, já corrigidos da sazonalidade, a taxa de desemprego baixou para 10,9%. Para que se compreenda o real significado desta redução, convém lembrar que a taxa de desemprego deixada pelo Governo PSD/CDS, em novembro de 2015, estava em 12,2%! Ou seja, em apenas oito meses de Governo socialista a taxa de desemprego reduziu-se em 1,3 p.p., de 12,2% para 10,9%.
De igual modo, e sempre segundo os dados oficiais do INE, o número total de desempregados também baixou de forma muito expressiva: dos 626 mil deixados pelo Governo da Direita em novembro do ano passado, restam agora 559 mil (contas feitas, são menos 67 mil desempregados em apenas oito meses).
Mais importante ainda é que esta diminuição da taxa de desemprego e do número de desempregados já não se está a fazer, como no passado recente, essencialmente à custa da emigração e da redução da população ativa, mas sim com base na criação líquida de emprego na economia portuguesa (isto é, com a economia a gerar mais empregos do que aqueles que se extinguem). Na verdade, de entre todos os dados revelados pelo INE, o fundamental é este: o número de pessoas empregadas, que era de 4,500 milhões em novembro de 2015, aumentou em julho de 2016 para 4,568 milhões. O que isto quer dizer é uma coisa muito simples, mas impressionante: ao fim de oito meses de Governo socialista, há mais 68 mil portugueses com emprego do que havia quando a Direita estava no poder!
Por muito que tudo isto choque com o cansativo discurso catastrofista que vamos ouvindo todos os dias a uma Oposição cinzenta e amargurada, o que os dados revelados esta semana nos dizem é que, mesmo com uma conjuntura externa desfavorável, este Governo socialista com apoio das Esquerdas tem duas coisas que a Direita nunca foi capaz de ter ao longo dos últimos quatro anos: uma política orçamental capaz de cumprir as regras europeias e uma política económica capaz de pôr a economia a criar emprego. A diferença não é pequena – e é para melhor.
(in Jornal de Notícias)