“Dê por onde der”. Foi desta forma definitiva que António Costa colocou a exigência de Portugal duplicar até 2026 o número de camas em residências universitárias.
Falando na cerimónia de boas-vindas aos estudantes da Universidade do Porto, iniciativa que decorreu ontem no Jardim da Cordoaria, o primeiro-ministro começou por garantir que o Plano Nacional de Alojamento Estudantil, lançado em 2019, mantém o pressuposto de duplicar dentro de três anos o número de camas em residências universitárias, uma exigência, como assinalou, agora reforçada com as verbas do PRR.
De acordo com o chefe do Governo, para além da óbvia vantagem trazida pelos dinheiros do PRR para este programa de alojamento, há ainda a assinalar o benefício de impor uma “data limite” para o fim da obra, ou seja, “só paga as obras que estiverem concluídas até à meia-noite de 31 de dezembro de 2026”.
Perante as muitas centenas de estudantes que o ouviam, depois de apontar o conhecimento científico “como o investimento mais importante a realizar”, atribuindo-lhe, designadamente, o mérito na superação do repto colocado pela pandemia de Covid-19, António Costa não teve dúvida em assumir que o maior desafio que hoje se coloca no acesso ao ensino superior “não é a propina que se paga”, mas o “esforço que os estudantes e as suas famílias têm de suportar perante o custo dos quartos e do alojamento estudantil”.
Finda a cerimónia, o primeiro-ministro seguiu na companhia da ministra da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, para a inauguração de uma das três residências criadas ao abrigo do Plano Nacional de Alojamento Estudantil.
Governo está a avaliar valor do travão às rendas
Ainda no Porto, o primeiro-ministro voltou a garantir que o Governo está a avaliar o montante a aplicar ao chamado “travão das rendas”, tema que debaterá em breve, como mencionou, com as associações de proprietários e de inquilinos. Lembrando que o executivo está recetivo a que se encontre um valor que seja “o mais próximo possível” das possibilidades das famílias e do “valor fixado na lei”, António Costa observou que não deixará de levar em conta “a inflação estimada para o ano”.
Em qualquer caso, disse ainda o chefe do Governo, a deliberação que se vier a tomar não deixará de ser “uma solução equilibrada”, para não “desincentivar os proprietários, nem criar situações de rutura social”.
De referir que, segundo os números da inflação divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor das rendas poderia aumentar 6,94% em 2024, caso o Governo não estabeleça, como fez este ano, um limite às atualizações.