Falando ontem ao final da tarde em Lisboa, no cineteatro Capitólio, numa sessão de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2023 aos militantes e simpatizantes socialistas, o Secretário-Geral do PS começou a sua intervenção insistindo na ideia de que, mesmo com “todo o esforço” que o Governo está a fazer no apoio a empresas e famílias, mantém a sua determinação na redução da dívida pública, sustentando que a credibilidade internacional do país só continuará a ser preservada se Portugal for capaz de manter a sua estabilidade financeira.
Perante uma plateia que encheu por completo o cineteatro Capitólio, o líder socialista voltou a defender que Portugal tem de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para baixar a sua ainda “grande dívida pública” e com isso reduzir os encargos do Estado, numa altura, como lembrou, em que o país se depara com um “aumento da inflação e com os bancos centrais a subirem significativamente as taxas de juro”.
Baixando a dívida, insistiu António Costa, os recursos do Estado deixaram de ser “desperdiçados no serviço da dívida e no pagamento de juros”, que era o cenário com que o país se deparava “quando chegámos ao Governo em 2015”, passando agora esse dinheiro a ser canalizado para “melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a escola pública e as prestações sociais”.
Segurança Social sustentável
Ponto também importante na intervenção do Secretário-Geral do PS, na apresentação do OE aos militantes e simpatizantes, teve a ver com a questão da sustentabilidade da Segurança Social, defendendo António Costa a este propósito que não só é possível como desejável, “ao contrário do que defendem os partidos da direita”, aumentar os rendimentos em cerca de 20% sem beliscar a sustentabilidade futura da Segurança Social, reafirmando que Portugal tem hoje uma Segurança Social “mais sólida do que tinha em 2015”.
A “nossa missão”, disse ainda o líder socialista, é também a de garantir a sustentabilidade da Segurança Social, “não só para a minha geração, que daqui a uns anos vai ser pensionista, mas também para assegurar que a geração dos meus filhos e a dos meus netos tem igualmente a certeza de que a Segurança Social vai continuar a ser sustentável” e a responder às expectativas das pessoas.
Para António Costa, tal como numa corrida de estafetas, cada geração leva um testemunho que passa à geração seguinte, havendo a obrigação, como salientou, de cada um de nós, de o saber “entregar à geração seguinte e de preferência em melhores condições do que recebeu”, sendo este, segundo o líder socialista, um pressuposto fundamental que o Governo quer prosseguir “até outubro de 2026”, altura em que “todos esperamos que o PS volte a merecer a confiança dos portugueses para garantir mais anos de progresso e sustentabilidade para Portugal”.
Já na parte final da sua intervenção, António Costa dirigiu algumas críticas à oposição de direita, lembrando-lhes que pouco valem as farpas que se entretiveram a enviar ao Governo do PS, com acusações de “irrealismo e de irresponsabilidade”, quando “defendíamos uma subida em média de 20% dos salários” até ao final desta legislatura. Acusações que a direita deixou agora cair em saco roto, como referiu o líder socialista, no momento em que o Governo assinou com a UGT e com as confederações patronais este objetivo.
Esta foi a primeira iniciativa de um ciclo de sessões plenárias com militantes e simpatizantes, que irá levar dirigentes do Partido Socialista a todo o país para apresentar e debater as medidas constantes do Orçamento do Estado para 2023.