“Este é o orçamento em que o investimento público e os estímulos ao investimento privado mais crescem daqueles que temos tido nos últimos anos”, disse esta terça-feira, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.
Falando à margem da comemoração do 20º aniversário do Porto Technical Center da Yazaki, em Ovar, o ministro considera que o processo de discussão e aprovação do orçamento exige “disciplina das finanças públicas” e requerer que “todas as possibilidades que temos” sejam direcionadas para “apoiar o investimento, conseguir aumentar os rendimentos das famílias” e “reforçar os serviços públicos”, designadamente, o Serviço Nacional de Saúde.
“Isto é um caminho que temos de fazer com muito cuidado […]. Agora temos de voltar a uma trajetória de redução da dívida pública. Ao mesmo tempo, usar toas as disponibilidades que temos para conseguir apoiar o investimento, conseguir aumentar os rendimentos das famílias e continuar a fazer aquilo que julgo que todos percebemos que necessitamos que é de reforçar os serviços públicos, particularmente, no setor da saúde”, defendeu Siza Vieira.
O ministro da Economia admite que “é um exercício complicado” e salientou a necessidade de haver “sentido de responsabilidade” na gestão das contas públicas.
“Provavelmente toda a gente gostava mais que fosse feito mais esforço, reduzíssemos mais os impostos, aumentássemos mais a despesa pública, mas na verdade temos de conciliar esses objetivos com uma postura de responsabilidade nas finanças públicas”, defendeu.
Face às “regras de disciplina orçamental” que o país “provavelmente” vai voltar a ter em 2023, Portugal tem de estar “bem posicionado para continuar a ter esta trajetória de redução dos juros da dívida pública e de reconhecimento pelo nosso esforço de disciplina nas finanças públicas”, considera Pedro Siza Vieira.
Além da transferência de capital para as empresas por via dos fundos europeus, a proposta do Orçamento do Estado para 2022 prevê um reforço “muito significativo” dos apoios e dos incentivos ao investimento das empresas.
“Precisamos não apenas de transferir capital para as empresas através de fundos europeus, mas também apoiar as empresas que investem. Esse é o esforço conjugado para que, através do maior investimento, possamos capacitar as nossas empresas a continuar a crescer nos próximos anos”, adiantou.
O ministro Pedro Siza Vieira estima que Portugal volte a “bater o recorde de captação de investimento estrangeiro”, designadamente, nos setores da indústria e das tecnologias da informação e comunicação.
