O presidente do Grupo Parlamentar do PS frisou, durante o debate com o primeiro-ministro, que, desde 2015, o “PPD/PSD trazia sempre a sua companhia habitual” à discussão orçamental – o anúncio do “diabo”.
Ora, “desta vez há uma mudança”, não tendo o PPD/PSD trazido “o seu parceiro habitual”, notou Eurico Brilhante Dias com alguma ironia, admitindo que teve esperança de que, “não vindo o diabo, o PPD/PSD votasse de outra forma”.
“Aparentemente não é possível”, lamentou o líder parlamentar socialista, que explicou à bancada do PSD que votar contra o documento significa votar contra o “aumento do salário dos funcionários públicos; o aumento das pensões; o aumento do salário mínimo nacional; o congelamento dos passes; os passes gratuitos para estudantes com menos de 23 anos; a diminuição das portagens; a prestação adicional para início de carreira equivalente ao valor das propinas”.
Os deputados do PSD votarão, assim, “contra todas as questões centrais para a melhoria dos rendimentos das famílias” e contra medidas “que garantem mais justiça social a este país”, assegurou.
“E por isso não se percebe o voto contra”, reafirmou Eurico Brilhante Dias.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS disse em seguida que, através das políticas do Governo de António Costa, “o Grupo Parlamentar do PPD/PSD descobriu, de repente, que era possível diminuir dívida e défice, descobriu que era possível aumentar salários, pensões, reduzir o IRS, reduzir também o IRC de forma adequada, com políticas públicas orientadas ao emprego, ter números máximos de emprego e conseguir, com isto tudo, não andar a fazer a vida dos portugueses num inferno, como fez durante quatro anos entre 2011 e 2015”.
O líder parlamentar do Partido Socialista sustentou que “o diabo não vem, mas a segurança e a previsibilidade são centrais” na vida dos portugueses, e é isso que o Governo está a fazer: “Com mais rendimentos temos mais previsibilidade e segurança”.
PS honrado com qualidade da democracia
Eurico Brilhante Dias assinalou também o regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro ao Parlamento, que se dá, “precisamente, quando a maioria parlamentar é constituída pela bancada do Grupo Parlamentar do Partido Socialista”, que votou favoravelmente o regresso dos debates.
“Devo dizer que nos honra a forma como exercemos o poder, como escrutinamos e fiscalizamos a ação governativa e como garantimos, com estas medidas, a qualidade da democracia portuguesa”, salientou.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS mencionou que “a extrema-direita parlamentar não está habituada a tanta qualidade da democracia”, mas esclareceu que essa é a “matriz e o ADN” do Partido Socialista.