“O PCP marcou este debate sobre desigualdades e rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas e fê-lo querendo pontualizar que há uma diferença clara entre o caminho entre 2015 e 2022, e de 2022 a 2024”, observou o presidente do Grupo Parlamentar do PS no encerramento do debate.
Ora, Eurico Brilhante Dias lamentou que o PCP faça essa separação “sem dizer claramente que esta maioria e este Governo têm procurado combater a desvalorização dos rendimentos dos portugueses, acima de tudo, porque este Governo esteve perante um facto único que os portugueses também não avaliaram em eleições em 2022”, ou seja, a agressão da Ucrânia pela Rússia.
“Este Governo, mais do que qualquer outro no passado recente, teve de combater com variáveis macroeconómicas diferentes para proteger o rendimento, em particular, dos mais vulneráveis”, assinalou.
Dirigindo-se à bancada comunista, o líder parlamentar do PS alertou que “dizer que aquilo que aconteceu na Ucrânia, com uma invasão e uma agressão bárbara da Federação Russa, não teve impacto na vida dos portugueses e não tornou a vida desta maioria e deste Governo mais difícil, é faltar à realidade, é faltar à verdade, é desviar os portugueses daquilo que aconteceu nos últimos dois anos na Europa e que muito impacto tem tido na sua vida”.
“O rendimento dos portugueses mais vulneráveis foi protegido por este Governo com o aumento do salário mínimo, com o aumento das pensões, com o aumento do abono de família, com o aumento da garantia para a infância”, sublinhou.
PCP entregou à direita a possibilidade de governar
Em seguida, Eurico Brilhante Dias lembrou que “o PCP está hoje na oposição e não faz parte da maioria que apoia o Governo por decisão própria, primeiro, mas também por decisão dos portugueses”.
E deixou um conselho: “Não vale a pena fazer a separação entre 2015 e 2022. A maioria que o PS tem foi dada voto a voto pelos portugueses. Quando os senhores não cumpriram com a esquerda, permitiram que a direita tivesse a possibilidade eleitoral de voltar para o Governo. Por isso, afastando-se das responsabilidades governativas, entregaram à direita – até com a extrema-direita – a possibilidade de governar”. A resposta dos portugueses foi dar uma maioria absoluta ao Partido Socialista.
No final da sua intervenção, o líder parlamentar do PS considerou que “há muito caminho para andar depois de 10 de março”, data das eleições legislativas, “porque esta direita está preparada para, com a extrema-direita, vir governar o país”, voltando “aos cortes nos salários, aos cortes nas pensões, aos cortes dos direitos”.
“Só uma vitória do PS no dia 10 de março garante aos portugueses rendimentos, salários, pensões e prestações sociais no combate às desigualdades. E espero que o PCP tenha aprendido com a história e com a maioria que o PS teve em 2022”, disse.