Os obstáculos que muitas vezes aparecem em democracia têm de ser “ultrapassados com inteligência, com tolerância democrática para podermos avançar”, defendeu Eurico Brilhante Dias no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, que contou com a presença do Secretário-Geral do Partido Socialista e primeiro-ministro, António Costa, bem como alguns membros do Governo.
“Não podemos reduzir a velocidade, temos quatro anos e meio para transformar e recuperar o país, para cumprir o nosso programa e a partir de janeiro cá estaremos mais uma vez para continuar a trabalhar e a fazer progredir o país com mais crescimento e mais coesão”, disse.
Eurico Brilhante Dias afirmou que o PS tem feito um “tricô contínuo” com os partidos da oposição para aprovar e melhorar legislação e exemplificou com o texto final sobre a morte medicamente assistida, que não se desviou da “matriz programática que os portugueses quiseram”.
O líder parlamentar do PS garantiu que o Partido Socialista vai cumprir o compromisso com os portugueses: “No dia em que nós não exercermos a maioria absoluta cumprindo aquilo que os portugueses quiseram que nós fizéssemos, desviamo-nos do compromisso. E isso é algo que nós não vamos fazer”.
Admitindo um “fascínio por números”, Eurico Brilhante Dias lembrou que, na presente sessão legislativa, foram aprovados dois Orçamentos do Estado, “que são dois pilares fundamentais da ação governativa”, em que o PS aprovou “mais de duzentas propostas e 144 dessas propostas eram dos partidos da oposição”.
“Orgulho-me de dizer que há um esforço contínuo desta maioria para alargar a sua base de apoio”, vincou o líder parlamentar do Partido Socialista, que comparou a postura dos socialistas com as “pouco mais de 40 propostas que a maioria de direita PàF [coligação Portugal à Frente] aprovou durante uma legislatura inteira”.
Eurico Brilhante Dias destacou ainda que, ao fim de nove meses, com o Governo, o PS aprovou “23 propostas de lei na generalidade, 20 já com votação final global, e aprovou 25 projetos de lei”.
O Partido Socialista tem a “grande responsabilidade de ser o referencial fundamental de estabilidade política, mas sendo o referencial de estabilidade política também o referencial de ação política programática que vai construindo cada dia e cada vez mais um país melhor com mais oportunidades para todos”, asseverou.
Para Eurico Brilhante Dias, “é esse princípio reformador, com impulso que quer transformar, mudar, típico do socialismo democrático que está em nós todos os dias e que em grande medida é a alavanca fundamental que usamos todos os dias na Assembleia da República para ajudar, naturalmente com esta maioria, para que o Governo que os portugueses quiseram ter possa fazer avançar as políticas que os portugueses quiseram”.