O voto no PS é o único que defende os Açores na Europa

Na sua intervenção, centrada sobretudo nas questões europeias, o também presidente do Governo Regional deixou fortes críticas à postura do principal partido da oposição e lançou mesmo um acutilante desafio, convidando o PSD/Açores a colocar o interesse da região acima dos interesses partidários, já nas próximas europeias.

“Não há nem divisa – nem slogan como alguns gostam de dizer – que seja capaz de esconder o autêntico fracasso político que foi a forma como o PSD/Açores tratou desta questão”, salientou, referindo que “aquele que pretende ser o maior partido da oposição” tratou da questão europeia “de uma forma que desprestigia o grande património autonomista”.

Vasco Cordeiro deixou depois o desafio. “O que é que quer o PSD/Açores nestas eleições”, questionou. “Colocar os Açores acima do partido não é apelar ao voto em branco. Colocar os Açores acima do partido não é apelar à abstenção. Colocar os Açores acima do partido é votar no único partido que garante que os Açores têm uma voz no Parlamento Europeu”, sentenciou.

Presença na União Europeia permitiu um verdadeiro salto civilizacional

Na sessão de abertura das Jornadas, o líder parlamentar açoriano, Francisco César, tinha já destacado “o verdadeiro salto civilizacional” que a presença na União Europeia proporcionou à região, um caminho que, defendeu, deve ser continuado.

“A nossa presença na União Europeia permitiu dar, em poucas gerações, um verdadeiro salto civilizacional, que só os mais esquecidos ou aqueles que passam a vida a desejar que corra tudo mal, insistem em desvalorizar, ainda que, com isso, desmereçam o trabalho realizado por largos milhares de açorianos”, afirmou.

Francisco César sublinhou a importância do debate público realizado com os candidatos do Partido Socialista ao Parlamento Europeu, Pedro Marques e André Bradford, no contexto de um debate sobre a posição do país e da região dos Açores no projeto europeu, que é “fundamental para o nosso futuro coletivo”.

“Um debate que se intensifica agora, por ocasião da realização das eleições para o Parlamento Europeu”, assinalou, lembrando que estas eleições europeias “constituem uma oportunidade soberana para que, através das regras do jogo democrático, todos possam saber o que cada partido em concreto pensa e defende para o projeto europeu”.

Para o presidente do Grupo Parlamentar não há dúvida de que “a Europa faz parte da vida quotidiana de todos nós, quer seja através dos programas e fundos comunitários, cuja execução exemplar do Governo dos Açores tem, aliás, merecido sucessivos elogios por parte de Bruxelas, quer seja através de diretivas e regulamentos europeus que transformam a nossa ordem jurídica com impactos diretos na vida dos cidadãos”.

“Hoje, qualquer agricultor açoriano tem consciência das vantagens que a participação na União Europeia possibilitou com o investimento na modernização e na inovação da produção, mas também dos desafios que o mercado único, hoje totalmente liberalizado, coloca a uma Região Ultraperiférica com uma economia aberta e de pequena escala”, acrescentou.

Francisco César referiu também a evolução no setor das pescas. “Hoje, qualquer pescador açoriano, quer seja de S. Mateus, de Rabo de Peixe, ou da Graciosa, reconhece as vantagens competitivas proporcionadas pela participação na União Europeia, por exemplo, no esforço de modernização e rejuvenescimento das embarcações e acesso do seu produto ao mercado único, como também, compreende os desafios que a sustentabilidade do esforço da pesca coloca ao seu rendimento”, assinalou.

Na sua intervenção, o líder parlamentar do PS/Açores sublinhou também que “compete e cabe apenas ao PS/Açores a responsabilidade de defender os Açores no Parlamento Europeu”, salientando que é “fundamental assegurar um trabalho de estreita cooperação e articulação política entre o poder político regional, nacional e os nossos representantes no Parlamento Europeu, de modo a garantir uma voz no Parlamento Europeu que possa fazer a diferença”.