O SNS tem de ser reconstruído para devolver confiança aos portugueses
“Farei com a minha equipa aquilo que é a minha obrigação, dar tudo para melhorar as condições de vida das pessoas no acesso ao sistema de saúde e espero que daqui a um ano os portugueses estejam mais tranquilos, mais sossegados, mais confiantes, porque é preciso dizer aos portugueses que o SNS tem mesmo de ser reconstruído”, defendeu.
“E reconstruir não é só na questão dos incentivos para ter mais profissionais, é reconstruir na confiança que foi fortemente delapidada”, acrescentou o titular da pasta da saúde, salientando que o SNS foi “exposto a uma restrição” nos últimos anos que, em alguns casos, “foi excessiva”.
“Não é bom dizer às pessoas que estão a sofrer que o SNS em 2015 é muito melhor do que era em 2011, o que não é verdade”, disse Campos Fernandes, assumindo que “é preciso ter uma ideia política” do que se pretende para o serviço público de saúde, dando prioridade ao que não foi feito nos últimos anos. Centrar o sistema nos cuidados de saúde primários, apostar nos cuidadores informais e no apoio domiciliário e concretizar uma recomposição rápida de oferta de internamento nas unidades hospitalares, foram algumas das áreas de intervenção prioritárias que apontou.
“A minha obrigação é assumir o compromisso de que, enquanto responsável político, tudo farei com os meios que tenho ao meu alcance para, com os profissionais de saúde, garantir que a resposta está assegurada. Essa é uma obrigação que tem que ver com uma atitude responsável e de seriedade com as pessoas”, sublinhou.
Honrar o compromisso com os portugueses
Em relação às taxas moderadoras, Adalberto Campos Fernandes reiterou que o Executivo vai honrar o compromisso com os portugueses, no sentido de “reduzir globalmente o seu valor”, mas de “uma forma inteligente”.
O ministro da Saúde abordou ainda o caso da morte de um paciente no hospital de São José, salientando que este é um assunto que está a ser investigado, defendendo que se deve aguardar pelas conclusões da avaliação independente e tecnicamente fundamentada que está a decorrer. Adalberto Campos Fernandes sublinhou que não se deve centrar este caso trágico como “um caso de apreciação política”, ressalvando que “está em jogo uma instituição centenária, onde trabalham mais de seis mil profissionais e onde todos os dias são tratadas milhares de pessoas”.
“Eu acho que tudo o que se tem passado com o Serviço Nacional de Saúde tem leitura política. Este caso em concreto e outros casos que estão ligados à desgraça de pessoas, à infelicidade de pessoas, não podem ser centrados no debate político como uma prioridade”, salientou.