Miguel Costa Matos começou a sua intervenção no segundo dia de discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 a asseverar que nos próximos meses, até às eleições antecipadas, “vamos ouvir muito daquilo que é o país que a oposição quer” e lamentou que esta atitude pareça “o discurso de quem dá mais”.
Ora, “propostas não faltam, mas, na verdade, o que falta muitas vezes é a coragem de fazer”, vincou o socialista, recordando que, “nos últimos oito anos, quando chegou a altura de termos passes mais baratos, manuais gratuitos, creches gratuitas, reforma das leis laborais, subida do salário mínimo, alguns – como o PS – ousaram fazer, e outros votaram contra”.
O deputado do PS deixou um conselho às bancadas da direita: “Não conta ser muito eloquente a criticar o país que temos, é preciso mesmo saber construir o país que queremos ter”.
Salientando que “este Orçamento é a corporização de sermos consequentes”, Miguel Costa Matos comentou que “hoje, quem fechou residências, diz que faltam residências” no país, numa alusão às políticas do PSD. E lembrou que o PS inscreveu 520 milhões de euros no PRR para esse fim, estando a obra em curso em todo o país.
“Ser-se consequente é não deixar os estudantes à espera e aumentar o apoio do complemento de alojamento que, em 2015, era de 73 euros e agora, no máximo, supera os 400”, explicou.
Miguel Costa Matos referiu que “quem cortou bolsas sabe que hoje elas chegam a mais jovens; quem mandou os jovens emigrar sabe que hoje temos uma economia que cresce dez vezes mais, salários que são 40% superiores”. “E não esperámos a mão invisível do mercado para dar incentivos fiscais para as empresas aumentarem os rendimentos”, ironizou.
Num recado direto às bancadas da direita, o socialista disse que “a oposição pode encher a boca de tudo o que falta, mas não se devia falar de boca cheia, porque quem está cheio são mesmo os portugueses”. Os partidos da oposição “falam, mas depois não fazem nada”, concluindo que “prometer é muito fácil, mas fazer é diferente”, reafirmou.
“Os portugueses querem soluções e este Orçamento está cheio de soluções”, assegurou Miguel Costa Matos.