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“O PS TEM VINDO A DEMONSTRAR SER UM FATOR DE ESTABILIDADE GOVERNATIVA”

“O PS TEM VINDO A DEMONSTRAR SER UM FATOR DE ESTABILIDADE GOVERNATIVA”

O Secretário-geral adjunto do PS não tem dúvidas: o Partido Socialista é um fator de estabilidade governativa e a legislatura será cumprida. Eleito deputado nas eleições de outubro, antigo autarca de Baião e secretário de Estado das Comunidades Portuguesas no XXI Governo, José Luís Carneiro foi a escolha do Secretário-geral, António Costa, para suceder no cargo a Ana Catarina Mendes, que assumiu a liderança do Grupo Parlamentar.
“O PS TEM VINDO A DEMONSTRAR SER UM FATOR DE ESTABILIDADE GOVERNATIVA”

Sobre as suas funções, era um projeto que ambicionava? Pensou em vir a exercer o cargo de SGA?
O convite do Secretário-geral António Costa para o exercício desta função foi para mim uma surpresa. Quem vê na política o exercício de uma missão e de um serviço não olha para estas funções em termos de ambição. E eu vejo a política com muito sentido de responsabilidade, encaro as funções que tenho exercido com grande sentido de missão. Seja ao nível autárquico, seja no Governo ou no apoio à liderança do Partido Socialista, a minha ambição é cumprir o melhor possível esta missão.

Que marca pretende deixar no PS ao longo do exercício do seu mandato? Que projetos tem para concretizar?
É preciso ter sempre presente que estamos a falar do maior partido político português, aquele que mais contribuiu para a conquista e a consolidação dos direitos e liberdades democráticas, aquele que mais ativamente se comprometeu com a justiça social. Ao mesmo tempo, é o grande partido do Poder Local e do Poder Regional e o partido da “Europa connosco”. Dar um contributo para a atualização das opções políticas à luz dos valores e princípios do PS, promover o exercício de o abrir ainda mais à sociedade civil, procurar qualificar a sua militância e continuar a estimular uma cultura de responsabilidade, são deveres fundamentais de quem assume estas funções. Ou seja: o Partido Socialista tem que continuar a ser a grande força motriz da democracia e da sociedade portuguesa e eu pretendo contribuir ativamente para este objetivo.

Como vê a atual correlação de forças no Parlamento? O que espera de cada um dos partidos?
O PS obteve nas eleições de outubro uma maioria clara para executar o seu Programa. Essa confiança expressa pelo povo português de forma maioritária reforça aquela que tem sido a função histórica do PS: construir as melhores soluções políticas em diálogo. Preferencialmente esse diálogo deverá ter lugar com os partidos à nossa esquerda, sem desmerecer o contributo das outras forças políticas democráticas e pluralistas. Recordo que naquelas que são as chamadas “funções de soberania” e em matéria de política externa, historicamente tem existido um amplo consenso com o PSD e com o CDS.

LEGISLATURA: “O PS É UM FATOR DE ESTABILIDADE GOVERNATIVA”

Acredita que esta Legislatura será concluída?
Claro que sim. Num mundo globalizado, complexo e cheio de fatores de instabilidade e conflito, todos conhecem bem o valor da estabilidade. E o PS tem vindo a demonstrar ser um fator de estabilidade governativa. Quer através da sua postura de diálogo permanente, procurando consensos alargados para a adoção e implementação de medidas estruturantes, quer através das suas opções programáticas, que resultam da auscultação das instituições, das cidadãs e cidadãos. Exemplos desta postura são a iniciativa “Diálogos Olhos nos Olhos”, um ciclo de abertura à sociedade civil já em curso, e também a iniciativa “Governo Mais Próximo”, que decorre em Bragança entre hoje e amanhã.

O que é que as pessoas podem esperar do novo ciclo do Partido Socialista?
As portuguesas e os portugueses podem esperar o mais importante: segurança e previsibilidade nas opções políticas, estabilidade e credibilidade nas contas públicas, uma vontade reformista que dê confiança a quem investe e cria riqueza, e a valorização do nosso País e do nosso Governo na vida europeia e internacional. É em torno destes valores que o Partido Socialista está concentrado. A União Europeia está numa fase decisiva relativamente à aprovação do seu Orçamento Plurianual, em cima da mesa estão assuntos da maior importância o nosso primeiro-ministro precisa do apoio e do contributo de todos e de todas para alcançar bons resultados para Portugal. E essa é apenas uma das muitas frentes de trabalho em que o Partido Socialista tem de dar o seu melhor enquanto partido de governo. Estamos muito conscientes da amplitude desta missão. Penso que os portugueses e as portuguesas também têm essa consciência e confiam na capacidade do PS para prosseguir esta estratégia nacional de afirmação de Portugal pelo que tem de mais positivo nas pessoas e nos seus recursos.

AUTÁRQUICAS: “RAZÕES PARA CONFIAR NOS RESULTADOS DAS BOAS POLÍTICAS”

Temos no horizonte duas eleições: Presidenciais e Autárquicas. Relativamente às presidenciais, qual é a sua opinião? O PS deve apresentar um candidato, ou candidata, próprio/a?
A decisão de apresentar uma candidatura à Presidência da República é um ato de responsabilidade pessoal. Portanto, antes de mais, é necessário que os eventuais candidatos ou candidatas se disponibilizem e se posicionem politicamente. É igualmente necessário saber o que pensam e o que defendem para a Presidência da República. Só depois de conhecidas as intenções de candidatura é que os partidos decidem, em sede própria, quem apoiar ou, como já ocorreu, se devem deixar essa escolha ao critério dos seus militantes. É, portanto, cedo para nos pronunciarmos sobre o assunto.

Sobre as Autárquicas, onde é que o PS pode colocar a fasquia sem correr riscos?
O PS e os candidatos por si apoiados tiveram resultados excelentes em 2013 e em 2017. O nosso objetivo deve ser o de consolidar esses resultados. Recordo que, das Câmaras Municipais onde o PS está em maioria, há cerca de 40 em que os, ou as presidentes atingiram o limite de mandatos, pelo que não poderão recandidatar-se. Mas as boas políticas seguidas pelos autarcas socialistas dão-nos razões para termos confiança nos resultados.

O SGA está disponível para participar no desafio autárquico como candidato?
Todos os dirigentes políticos devem estar disponíveis para as autarquias. É através das autarquias que as políticas públicas mais influenciam a vida das pessoas. Temos dois grandes exemplos de participação de dirigentes do PS em autárquicas: a do Secretário-geral Jorge Sampaio, que há 30 anos foi candidato a Lisboa, e a do então ministro António Costa. Ambos deram um inestimável contributo para valorizar a ação autárquica. E recordo que António Costa já tinha sido candidato a Loures. Um acabou por se tornar Presidente da República e o outro é primeiro-ministro. No entanto, quero salientar que neste momento estou inteiramente dedicado às minhas funções no Parlamento e no Partido Socialista.

POLÍTICA E COMUNICAÇÃO: “TEMOS DESENVOLVIDO UMA CULTURA DE INOVAÇÃO” 

Qual a importância de um projeto editorial como o Acção Socialista nos dias de hoje? Como avalia 5 anos de Acção Socialista Digital?
O Acção Socialista tem uma importante função, que tem sido executada com elevado sentido de responsabilidade e de serviço. Manter os militantes e os simpatizantes do PS regularmente informados sobre o que de mais relevante ocorre na vida politica nacional e internacional é uma inestimável mais-valia num tempo em que a política perdeu claramente espaço mediático. O Acção Socialista constitui uma fonte diária de notícias que escapariam às pessoas se este projeto não existisse e não contasse com a colaboração de profissionais da informação.

A comunicação política foi muito afetada pelas novas formas de comunicar?
Muito mesmo. As redes sociais trouxeram um mundo de oportunidades de comunicar, mas trouxeram igualmente outro tanto de riscos. Daí que a necessidade do rigor e da isenção tenham assumido uma nova importância. Caminharmos no sentido de informarmos, debatermos, esclarecermos, valorizando o contraditório e a livre formação da opinião, é essencial. É essa direção certa, combatendo a desinformação e a contrainformação, que têm nas redes sociais um território de difusão acessível e muito fácil.

Como está o PS a adaptar-se?
O PS sempre foi um partido político de grande proximidade com as pessoas. Naturalmente, não poderia deixar de estar presentes nestas plataformas de contacto, nas redes sociais. Temos uma página de Facebook, através da qual interagimos com os utilizadores, estamos no Twitter e no Instagram, procurando ir ao encontro das diversas faixas etárias e dos diversos tipos de utilizadores destas redes. Temos vindo a desenvolver uma cultura de inovação também neste domínio, procurando ir ao encontro das novas gerações através de novos canais e de novos conteúdos que nos permitam estabelecer uma cadeia de diálogo, que consideramos muito importante.