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O primeiro-ministro não ouve o país

O primeiro-ministro não ouve o país

O secretário-geral do PS acusou hoje o primeiro-ministro de não ouvir ninguém num momento em que o país se encaminha para uma “tragédia social”.

António José Seguro e Pedro Passos Coelho travaram hoje, no parlamento, um dos debates mais tensos do último ano, com as suas intervenções a serem frequentemente interrompidas por protestos, ora da bancada do PS, ora das bancadas da maioria PSD/CDS.

No debate político, o secretário-geral do PS referiu que ainda hoje Bruxelas avisou que as projeções do Orçamento Retificativo deste ano poderão não ser alcançadas, num momento em que o ministro das Finanças já admitiu um défice de dez por cento no primeiro trimestre deste ano, com a dívida pública a ultrapassar os 127 por cento e quando “os portugueses pagam mais impostos”.

“E o que diz o primeiro-ministro? Que estamos na direção certa. O primeiro-ministro é o único a pensar dessa forma. Se o primeiro-ministro ouvisse personalidades da sociedade portuguesa, se ouvisse os trabalhadores (que vão fazer quinta-feira greve geral pela segunda vez consecutiva), se ouvisse as confederações patronais, que se juntaram para lhe exigir que mude de rumo”, Pedro Passos Coelho “não diria isso”, declarou o líder socialista, antes de se dirigir ao líder do executivo com uma pergunta: “Diga-me porque é que todos estão errados e só o senhor está certo?”, questionou Seguro.