O primeiro-ministro continua a negar a realidade do país
O secretário-geral do PS, António Costa, acusou hoje o primeiro-ministro de continuar a negar a realidade do país e “não ter consciência” das dificuldades causadas às pessoas com rendimentos mais baixos que sofreram cortes nas prestações sociais.
Ao participar na sessão de encerramento da Convenção Regional do PS do Algarve, em Portimão, António Costa criticou o primeiro-ministro pelas declarações proferidas na sexta-feira na Assembleia da República.
“O que o primeiro-ministro disse não é, pura e simplesmente, verdade e é por estas e por outras que a credibilidade se mina relativamente a este primeiro-ministro”, disse António Costa, no Teatro Municipal de Portimão.
“Mas, infelizmente, o Governo não se ficou pelo ataque à classe média e não hesitou, até nas pessoas com os rendimentos mais baixos, de levar até elas a sua fúria de austeridade”, afirmou o dirigente socialista.
“Ao longo destes quatro anos houve mais de 70.000 idosos que recebiam o CSI e que o perderam e que vivem hoje com as dificuldades que este primeiro-ministro criou e que nem sequer tem consciência que as criou”, lamentou, considerando que Pedro Passos Coelho “não aprendeu a lição”.
“Os beneficiários do RSI são pessoas ricas e titulares de grandes rendimentos, ou são aquelas que foram vítimas dos cortes deste Governo apesar dos baixos rendimentos que têm?”, questionou António Costa.
O secretário-geral do PS frisou que “170 mil pessoas perderam a possibilidade de acederam ao RSI” com o governo de maioria PSD/CDS-PP dirigido por Pedro Passos Coelho.
António Costa criticou, ainda, o governante por ter dito que “Portugal viu aumentar menos a emigração, quando comparado com países como a Irlanda e a Espanha”, e refutou esta afirmação, afirmando que a emigração aumentou “na Irlanda em 7%, em Espanha em 32% e em Portugal em 126%”.
“Então onde aumentou mais, em Portugal, na Irlanda ou na Espanha? Mas que contas são essas senhor primeiro-ministro”, disse ainda o secretário-geral socialista.