O país sai desprestigiado com esta oposição
É no mínimo “muito estranha” a desorientação que o líder da oposição manifesta na forma como critica o seu próprio Governo sobre as transferências para os paraísos fiscais, afirmou Carlos César, à margem da Comissão Nacional do Partido Socialista, que decorreu este sábado no Porto.
Uma postura que, segundo o presidente e líder parlamentar do PS, demonstra uma atitude “no mínimo peculiar”, que mais não reflete, como sustentou, que a “desorientação de uma oposição” que é muito “expedita a criticar”, mas muito pouco “competente a propor” e a contribuir para o “bom sucesso da nossa economia”.
Para Carlos César, de pouco vale o remorso proclamado pelo líder do PSD, quando classificou a não publicação das estatísticas das transferências para ‘offshore’, entre 2011 e 2014, como uma “decisão infeliz e errada”. De acordo com o presidente do PS, esta declaração cai em saco roto quando é acompanhada por sistemáticos insultos, quer ao primeiro-ministro ou ao presidente da Assembleia da República, quer com as repetidas “desconsiderações” que faz ao próprio Presidente da República, chegando ao cúmulo, lembrou ainda o dirigente socialista, de não se coibir de criticar também “o seu próprio Governo”, acusando com “observações contundentes” a atuação do seu secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e a equipa que “ele próprio tutelava” como primeiro-ministro.
Uma situação que Carlos César não deixou de considerar como “muito estranha”, assumindo, contudo, que o PS “já não estranha nada” que venha da parte do líder da oposição, afirmando que Portugal precisava “era de uma oposição mais construtiva e mais forte”, porque com esta oposição, realçou, “é o país que sai desprestigiado, sobretudo a política e os políticos”.
O Banco de Portugal não andou bem
O presidente e líder parlamentar socialista referiu-se ainda à atuação do Banco de Portugal nos casos que ocorreram e que tiveram “tristes consequências no setor financeiro”, criticando o Banco Central por não ter estado “suficientemente atento” e por não ter “agido atempadamente” e de forma proficiente, defendendo que agora o importante é “manter o impulso” que o Governo está a dar na reestruturação do sistema financeiro português.
Quanto à manutenção ou não de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal, Carlos César defendeu que o “importante para o PS” não é falar em nomes, mas o de manter o rumo que o Governo está a dar na reestruturação do setor financeiro, afirmando que o objetivo é que as instituições bancárias possam rapidamente recuperar dos prejuízos que tiveram e da “desorganização que ponderou em todo o setor”, nomeadamente, como adiantou, em relação às questões do crédito malparado, que a seu tempo “também terão uma análise europeia”.
A este propósito, Carlos César lembrou que esta será precisamente uma das matérias que vão ser abordadas na próxima reunião do Ecofin, para além de outras medidas, designadamente em relação à recuperação dos rácios para que a banca nacional passe a ter uma “situação mais solidificada”, sustentando o dirigente socialista que a situação da banca em Portugal é hoje “bem melhor” do que a que o PS encontrou quando entrou para o Governo.
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