"O país precisa de um Governo responsável e que esteja preparado para as …
O primeiro ministro, José Sócrates, acusou hoje o PCP de pretender lançar o país numa crise política, quando atravessa uma difícil conjuntura financeira, e de desrespeitar o resultado das eleições legislativas realizadas há seis meses.
Deixou também uma advertência ao PSD e CDS-PP, partidos que já anunciaram a sua abstenção face à moção de censura da bancada comunista: “É preciso dizer que os partidos que se situam à direita neste hemiciclo, ao optarem pela abstenção, perdem uma oportunidade soberana para serem totalmente claros na recusa do oportunismo e da instabilidade política”, considerou.
José Sócrates considerou que “esta moção de censura vai ser derrotada, como merece. A sua derrota será a vitória do sentido da responsabilidade e da estabilidade política”.
Para o primeiro-ministro, o PCP quer provocar “instabilidade política permanente” e “apenas dedicar-se ao exercício de atirar abaixo o Governo, como se isso fosse resposta para algum problema”.
José Sócrates adverte, “O meu compromisso é defender os interesses do país, esse é o meu ponto de vista e por isso não deixarei de o fazer em qualquer circunstância”, e sustenta que se o Governo tivesse optado por “nada fazer depois dos ataques intensivos nas duas últimas semanas (…) sobre a dívida soberana de Portugal e dos outros países, isso sim, seria faltar a um compromisso de responsabilidade”.
Sócrates afirmou que as medidas para reduzir o défice exigem um “esforço nacional”, manifestando-se confiante que “os portugueses compreenderão”. “Este é momento de sermos solidários entre todos para defender a economia portuguesa e a moeda única”, destacou.
Sócrates acusou a esquerda de ter “só um comportamento: acha que deve crescer à custa do PS”, afirmando que PCP e Bloco “o que querem é atacar o Governo para procurarem uma popularidade fácil, no momento em que o país exige uma governação séria, responsável e difícil”.
Para José Sócrates, a alternativa ao aumento de impostos seria cortar “nos fundamentos do Estado social”, na saúde, na escola pública e na segurança social e, frisou, para isso “o Governo não estava disponível”.