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O país ganha em ter alternativas que sejam claras

O país ganha em ter alternativas que sejam claras

O primeiro-ministro e Secretário-geral do PS, António Costa, reafirmou ontem, em entrevista à SIC, a confiança e ambição para ganhar os desafios eleitorais deste ano, vincando o objetivo do PS em suplantar o resultado das europeias de 2014 e fortalecer a solução governativa que tem produzido resultados positivos para o país.
O país ganha em ter alternativas que sejam claras

Sobre um cenário de maioria absoluta, o líder do Governo socialista foi claro ao considerar que “não é condição necessária para governar”, até pelas características do sistema eleitoral e partidário em Portugal, que só em “situações muito excecionais” permitem a existência de maiorias absolutas, o que será “muito improvável” de vir a suceder.

“Com os nossos sistemas eleitoral e partidário, só em situações muito excecionais – situações excecionais que felizmente não existem. Agora, se surgir, melhor”, completou.

Para António Costa, o que é “fundamental”, sendo essa a vontade dos eleitores, “é termos condições para prosseguir a boa solução governativa que tivemos ao longo destes anos, que produziu boas políticas, com bons resultados para a melhoria da vida das pessoas, para continuarmos a melhorar a nossa condição económica e o desenvolvimento do país”.

“O país ganha em ter alternativas que sejam claras”, reforçou.

Sinais de confiança na economia portuguesa

Durante a entrevista, o primeiro-ministro afirmou ainda que um abrandamento da economia internacional, a partir de 2019, não traz qualquer surpresa, enquadrando-se na previsão do cenário macroeconómico que o PS traçara já em 2015, salientando, não obstante, que “há sinais de grande confiança no futuro da economia portuguesa”, que sustentam uma perspetiva otimista quanto ao comportamento do país, nomeadamente a nível do “elevado ritmo de crescimento do investimento privado”.

“Neste momento, em apreciação na AICEP estão dois mil milhões de novos investimentos. Na execução do Portugal 2020, já temos cerca de 8,9 mil milhões de euros de investimento empresarial aprovado, dos quais 5,5 mil milhões estão a entrar em execução. Temos um ritmo de crescimento significativo”, afirmou, referindo também que o emprego continua a subir e que as contribuições para a segurança social, um indicador para aferir a robustez do mercado de trabalho, cresceram 7% em janeiro face ao período homólogo de 2017.

Normalidade na atualização salarial retomada com crescimento consolidado

Em matéria de política salarial, António Costa explicou que a prioridade do Governo para este ano, em função da margem que foi possível alcançar e que superou o previsto no programa de Governo, passou pela valorização dos funcionários públicos com menores rendimentos.

“Para esta legislatura não estava previsto aquilo que é normal, que é repor a atualização anual dos salários. Este ano, contudo, conseguimos uma margem de 50 milhões de euros e a opção que tínhamos era distribui-los por todos ou concentrá-los numa valorização salarial de quem ganha menos. Esta última é a opção que está decidida”, disse.

Quanto ao futuro, António Costa manifestou expetativa no sentido de que, “se o país mantiver a atual trajetória de crescimento e de consolidação das finanças públicas, se possa retomar a normalidade”.

“Mas isso é um compromisso que só poderemos assumir quando tivermos devidamente definido o cenário macroeconómico para os próximos quatro anos. Quando tivermos o Programa de Estabilidade, que teremos de apresentar em abril, aí poderemos perspetivar o que podemos contar para o período entre 2020 e 2023”, concretizou.