“O outro projeto é o da mais liberal das direitas que algum dia apareceu em Portugal”
O líder parlamentar do PS, Francisco Assis, disse hoje que o PSD quer usar a crise para “destruir o Estado Social” e mostrou-se convencido de que os socialistas vão ganhar as eleições no país e no Porto.
“O outro projeto é o da mais liberal das direitas que algum dia apareceu em Portugal. É um projeto muito simples: vamos usar a crise como argumento para destruir o Estado Social”, criticou Francisco Assis, em Valongo, no final de um almoço comemorativo do 25 de Abril, promovido pela concelhia local.
O líder parlamentar do PS alertou que este projeto da “direita liberal radical” terá como resultado “um país mais desigual, com menos oportunidades para milhares de jovens, onde alguns estarão condenados à miséria perante a opulência dos outros”, porque “sempre que se pôs em causa o Estado Social a consequência foi fatalmente esta”.
No entanto, Assis considera que este projeto permitirá ao PS conquistar votos ao centro, porque “a classe média sabe que vai perder muito com a destruição do Estado Social”.
Para o socialista, “todos percebem hoje que a diferença entre o centro-esquerda e a direita liberal radical é a de ter uma cultura para todos ou só para alguns, de ter desporto e educação de qualidade para todos ou só para alguns”.
Com uma campanha “séria”, “pedagógica” e “próxima das pessoas”, Assis garante que o PS vai “ganhar as próximas eleições” no país e no Porto.
Para impedir a “arrogância” de uma maioria absoluta da direita, o socialista apelou aos votos da esquerda.
“Houve alguma esquerda que nas últimas eleições não nos quis dar maioria absoluta, por considerar que tínhamos alguns tiques… e se calhar lá teriam alguma razão. Mas pior do que uma maioria absoluta do PS, em matéria de arrogância, será sempre uma maioria absoluta da direita na Assembleia da República”, frisou.
Em relação ao projeto do PS, Assis promete “rigor nas finanças públicas, ambição no crescimento da economia e sensibilidade nas questões sociais”.
O socialista refere que o PS “não ignora o problema mais agudo do momento – o financiamento externo” e pretende enfrentá-lo “com seriedade, exigência e rigor”, sem “destruir aspetos centrais de uma política de esquerda”, pautada pela “manutenção do Estado Social, de uma política de promoção de igualdade de oportunidades e de uma política destinada a combater a pobreza e a marginalização”.
Assis voltou a responsabilizar a oposição pela crise política do país.
“Estamos imersos numa crise política grave por responsabilidade dos partidos da oposição, em particular do maior de todos eles, o PSD, que quiseram lançar esta crise por uma simples razão: vertigem absoluta do poder, vontade de chegar rapidamente e a qualquer preço ao poder”, observou.
O líder parlamentar criticou ainda a “extrema esquerda” de nunca estar “disponível para qualquer conciliação” com o PS e que se tornou “na maior aliada da mais radical das direitas”.