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“O governo não fala a uma única voz sobre as propostas do PS”

“O governo não fala a uma única voz sobre as propostas do PS”

António José Seguro afirmou hoje, no parlamento, que o Governo “não fala a uma única voz”, criticando a recusa do primeiro-ministro em aumentar o Salário Mínimo Nacional.

“O Governo não fala a uma única voz. Na sexta-feira passada, o ministro Paulo Portas disse precisamente o contrário, que havia disponibilidade do Governo para aceitar propostas do Partido Socialista”, afirmou o secretário-geral do PS, após o debate quinzenal com o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro mostrou hoje que “rejeita as propostas do PS para a ajudar a dinamizar a economia e a combater o desemprego”, sublinhou António José Seguro. “As propostas que o PS apresenta, ele de uma penada diz que são demagogia. Isto é sério? Com o país a sofrer?”, questionou.

“Há hoje uma vontade de mudança na sociedade portuguesa”, expressa pelos portugueses que se manifestaram no sábado, pelas confederações sindicais e patronais, pelos partidos políticos e até pelo Presidente da República.

“Ainda hoje o Presidente da República veio fazer um apelo à necessidade de mudança”, sublinhou. “O único que teimosamente se recusa a ver a realidade” é o primeiro-ministro que “está cada vez mais isolado e é neste momento um problema à mudança de política em Portugal”.

António José Seguro recordou que a sua proposta para aumentar o SMN resultou de conversas com a UGT, CGTP, confederações patronais e restantes parceiros sociais.

“Todos estão disponíveis para debater este assunto e a fazer um esforço para aumentar o SMN no âmbito da concertação social, a par obviamente de outras medidas. E é o primeiro-ministro que vem recusá-las e ainda diz que se pudesse baixava o salário mínimo? Mas que primeiro-ministro é este?”, questionou.

O secretário-geral socialista comentou ainda a referência que o primeiro-ministro fez no debate a notícias que dão conta que o governo francês tenciona fazer cortes na despesa social de quatro mil milhões de euros.

“O primeiro-ministro não venha confundir [o corte de quatro mil milhões nas funções sociais do Estado] com as opções do Governo francês porque, proporcionalmente, à escala, significa um ajustamento de 330 milhões de euros, nada que se compare com quatro mil milhões de euros”, disse António José Seguro.