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“O Governo foi autor de uma receita e estratégia e será responsabilizado por ela”

“O Governo foi autor de uma receita e estratégia e será responsabilizado por ela”

O secretário nacional do PS Eurico Brilhante Dias foi entrevistado pelo Jornal de Negócios, no qual defendeu que a execução orçamental deste ano gerou um “buraco” de quatro mil milhões de euros, que resultam da queda das receitas fiscais e do aumento dos gastos com o subsídio de desemprego.

Segundo o dirigente socialista, o memorando da troika está errado porque “tinha uma perspetiva de implementação que precisava de ser corrigida à medida que o ajustamento se fosse tornando mais duro, e à medida que o cenário macroeconómico se alterasse”.

“O PS não acredita que o país tenha mais competitividade por redução dos custos de trabalho. Só quem não acredita em Portugal é que pode achar que só poderemos voltar a ter competitividade reduzindo salários. Essa seguramente não seria uma das prioridades do PS”, considera.

Relativamente à proposta do Governo de cortar quatro mil milhões de euros na despesa do Estado, Eurico Brilhante Dias defende que “ninguém faz uma reforma com essa natureza em três meses”.

O secretário nacional socialista, que lembrou que “o PS apresentou uma iniciativa para olhar para uma verdadeira reforma do Estado, inclusive, que o debate pudesse ir até junho”, levantou uma hipótese: “O Governo tem um buraco de quatro mil milhões de euros no orçamento, a troika diz que é preciso cortar quatro mil milhões em saúde e serviços. O Governo, depois de não ter ouvido o PS durante um ano, vem dizer: ‘nós enganámo-nos, temos aqui um falhanço. Temos de cortar nas pessoas, sentem-se ao nosso lado para assinar esse corte’”.

“Não é possível. O Governo foi autor de uma receita e estratégia, e será responsabilizado por ela”, acrescenta.

Eurico Brilhante Dias reafirmou que, se Portugal precisar de um segundo resgate, “é óbvio que todos sabemos porquê: saberemos que foi a política de implementação deste memorando, e o Governo, que falhou os objetivos a que se propôs”.

Leia aqui a entrevista.