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O Governo está a ensaiar uma “teatralização colossal” em torno do Orçamento

O Governo está a ensaiar uma “teatralização colossal” em torno do Orçamento

O PS acusou hoje o Governo de ensaiar uma estratégia de “teatralização colossal” em torno do Orçamento, que se traduz em apresentar primeiro um “esmagamento de dificuldades” para no final se proporcionar “uma caridadezinha” aos cidadãos.

“O PS regista uma teatralização colossal por parte desta maioria, mas o PS está atento e pede aos portugueses que estejam atentos”, afirmou o deputado Pedro Marques.

O deputado socialista defendeu que o país estará perante “uma estratégia de apresentar um esmagamento de dificuldades para, no fim do jogo, o Governo apresentar uma caridadezinha, um pequeno alívio dos sacrifícios”.

Na segunda-feira, referiu Pedro Marques, dizia-se da parte do Governo que “era este Orçamento ou o caos e o incumprimento, e que não havia margem para alterações”.

“Hoje, afinal, diz-se que já há margem para discussão parlamentar e parece que não é tão pequena assim”, apontou.

Ainda de acordo com Pedro Marques, na segunda-feira, o Governo “fazia saber que não havia margem para propostas de corte de despesa e diminuição de aumento de impostos por parte dos ministros do PSD e do CDS”.

“Mas hoje já há margem para que essas propostas sejam apresentadas pelos deputados do PSD e do CDS”, acrescentou.

“Na segunda-feira não havia margem para propostas de alteração (que obviamente eram de ministros do PSD e do CDS) e o Orçamento não dispunha de qualquer margem para ser alterado. Hoje, no entanto, passou-se o dia com uma construção de uma encenação, em que da noite para o dia já há mil milhões de euros para margem de propostas de alteração do Orçamento vindas do PSD e do CDS”, observou.

Pedro Marques mostrou-se convencido que “a maioria PSD/CDS não enganará os portugueses com essa estratégia, porque os portugueses percebem bem o esmagamento de que estão a ser alvo e não é com pequenos remédios de última hora que a situação se altera”.

Sobre a afirmação do ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, de que se iria inteirar da posição oficial do Fundo Monetário Internacional sobre os programas de ajustamento em curso, incluindo o caso português, o deputado socialista respondeu que “o ministro das Finanças é a única pessoa que ainda não aferiu convenientemente a situação do país e as consequências das suas políticas”.

“O FMI já disse claramente que esta receita não resulta e tem de ser atenuado. Agora, o ministro das Finanças talvez tenha é de mudar de receita e não de andar à procura dissonâncias que não existem [no FMI], um dos principais parceiros internacionais do nosso programa de ajustamento”, declarou.