Em declarações proferidas, sábado, em Guimarães, o Secretário-Geral do PS considerou que a saída de Fernando Araújo da direção do Sistema Nacional de Saúde prova que “o falhanço do Governo é claro”.
“Um diretor executivo competente, consensual na sociedade portuguesa e que estava a fazer um trabalho importante. Fez tudo para que o anterior diretor executivo saísse de funções e não fez nada para ter um diretor executivo novo à altura dos desafios que temos no SNS”, acusou o líder socialista à entrada para o almoço de apresentação da candidatura de Ricardo Costa à autarquia vimaranense.
Lamentou depois a instabilidade que se instalado nas estruturas da Saúde, “a começar na direção executiva e a continuar nas Unidades Locais de Saúde”.
Nestas últimas, Pedro Nuno Santos assinalou que as “muitas alterações” realizadas “umas em cima das outras”, têm servido para “garantir que os autarcas do PSD em final de mandato possam ter um destino, sem terem conseguido, até agora, resolver os principais problemas do SNS nem concretizar as próprias medidas que apresentaram”.
Enfatizando que “a situação é grave”, o líder do PS apontou que “já vamos no terceiro presidente do INEM e para o terceiro diretor executivo do SNS, num governo que tem dez meses”.
Recordou igualmente que o governo e o primeiro-ministro apresentaram para a saúde um Plano de Emergência e Transformação em 60 dias, sem que o mais importante tenha acontecido até agora, nomeadamente a “concretização de medidas, algumas urgentes e prioritárias”.
Ainda sobre a polémica demissão de António Gandra D’Almeida da direção executiva do SNS na sequência de uma investigação da estação de televisão SIC, que denunciou que o responsável acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão, referindo que a lei diz que é incompatível, Pedro Nuno Santos sustentou ser “fundamental que sejam prestados esclarecimentos ao Parlamento”.
Ao apontar para o evidente desnorte do executivo chefiado por Luís Montenegro relativamente à saúde, o Secretário-Geral socialista concluiu que “um governo incompetente na área da saúde não é competente naquilo que é mais importante”.
Aumento do imposto sobre combustíveis e agravamento dos preços das casas
Já em Ponte da Barca, por ocasião da apresentação dos candidatos socialistas às câmaras do distrito de Viana do Castelo, o líder do PS não hesitou em denunciar mais uma mentira do primeiro-ministro.
Em causa estão declarações de Montenegro sobre o Orçamento do Estado para 2025, alegando que este documento seria o primeiro na história sem aumento de impostos.
Ora, Pedro Nuno Santos sinalizou “um dos maiores aumentos dos últimos anos” no preço dos combustíveis.
“Foi logo a 1 de janeiro que foi publicada a portaria que aumenta o Imposto sobre Produtos Petrolíferos”, atirou, referindo que “não bastaram seis dias para que aquela afirmação passasse a ser uma das mentiras que marcam este governo e o atual primeiro-ministro”.
Perante isto, o Secretário-Geral do PS sublinhou a necessidade que o país sente de acreditar em quem exerce o poder e governa.
“Precisamos que se cumpra aquilo que se diz”, pontualizou, criticando também o executivo da AD por ter aplicado, ao setor habitacional, medidas cuja consequência foi o agravamento imediato do preço das casas.
“As respostas que o Governo deu são erradas e levaram a um aumento dos preços”, resumiu, para depois defender que só será possível “ter habitação para a grande parte do povo se o Estado assumir a responsabilidade que tem de construir”.
“É urgente uma política de habitação massiva para todos os portugueses, para a classe média e os filhos da classe média”, afirmou, acrescentando ser precisa “ambição”.
“Temos de dizer e mostrar aos portugueses que estamos ao lado do povo, sabemos quais são os vossos problemas”, rematou.