O estrepitoso falhanço
E quando se diz que se trata de um livro altamente recomendável a todos quer mesmo dizer-se a todos. É ainda nesse prólogo especial à edição para o nosso país, que o histórico dirigente do PSOE põe o dedo na ferida: “Quando observo a situação de Portugal – como poderia fazê-lo com a Espanha e ainda mais dramaticamente com a Grécia -, pergunto-me, procurando respostas, se alguém acredita de boa-fé que a situação social, económica ou política melhorou nestes anos com as políticas austericidas dos resgates. Mas se não se quer ter em conta os fatores sociais, porque se perdeu a ideia fundacional da construção europeia (a chamada economia social de mercado), caberia perguntar aos que defendem este modelo se podem apresentar bons resultados quanto à dívida pública ou a outros fatores macroeconómicos. E, se a resposta for negativa nestes dois âmbitos, o que se deve exigir é que acabem as justificações e se reaja, alterando claramente o rumo.”
Basta um parágrafo e está tudo dito a esse respeito. A direita falhou e falhou clamorosamente.
Depois de quatro anos de tremendos sacrifícios para a grande maioria dos portugueses, a dívida pública subiu até acima 130% (!). Eis, por mais maquilhagem que lhe tentem colocar em cima, o símbolo maior do fracasso, seguindo o próprio critério sacrossanto que a direita enunciou à exaustão em 2011.
Duarte Moral