António Costa fez questão de assinalar que a escolha da empresa contratada não foi inócua, tratando-se, como lembrou, de uma empresa de um dos países comunitários que “mais se tem oposto ao crescimento das contribuições para a União Europeia e que maiores dificuldades tem também levantado à conclusão do acordo para a criação de um mecanismo de recuperação e resiliência”.
Depois de referir que este é um dos bons exemplos de investimento que Portugal está a realizar com a ajuda do PRR, “com retorno inerente garantido”, tal como já aconteceu, como lembrou, com o “bom planeamento” que o Governo fez “após a emergência da Covid-19”, António Costa manifestou especial satisfação por ficar também demonstrado “que a solidariedade europeia não é só unívoca”.
Numa cerimónia em que marcaram igualmente presença as ministras da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da Defesa, Helena Carreiras, e o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, o primeiro-ministro voltou a recordar que uma parte importante do financiamento que a União Europeia fornece aos diferentes países “tem um retorno e uma distribuição múltipla para vários Estados-membros”, apontando, designadamente, para o benefício que recebem os que “mais contribuem para o financiamento da União Europeia”.
Quanto ao período em que os portugueses se confrontaram com a epidemia da Covid-19, durante o qual o almirante Gouveia e Melo liderou a organização das primeiras vagas de vacinação, António Costa elogiou o trabalho desempenhado pelo atual chefe do Estado-Maior da Armada, apontando-o igualmente como o principal responsável pelo desenvolvimento do projeto da Plataforma Naval Multifuncional, uma iniciativa, como assinalou, que se desenvolverá por fases, até 2026, e que será financiada pelo PRR no valor de “94,5 milhões de euros e por uma comparticipação de verbas estatais na ordem dos 37,5 milhões de euros”.
Economia azul
Em relação ao navio D. João II, assim será batizada a nova unidade multifunções da Marinha portuguesa, António Costa considerou o futuro equipamento da Armada como uma “grande oportunidade” para estimular o conhecimento e a investigação na área do mar, permitindo, designadamente, “aumentar a produção de recursos que sejam valorizados através da economia azul”.
Voltou depois a realçar a importância estratégica da Marinha, quer quando atua em missões de busca e de salvamento, quer quando responde a situações de emergência no apoio aos órgãos de polícia criminal, sendo sempre “um grande centro de produção de conhecimento, de investigação e de desenvolvimento tecnológico”.
O primeiro-ministro lembrou ainda que o novo navio da Armada será dotado de tecnologia de ponta, que lhe permitirá a monotorização dos oceanos e a investigação oceanográfica, assim como o “acompanhamento da ecologia marinha”, podendo em simultâneo desempenhar operações de “emergência, vigilância, investigação científica e tecnológica e a monitorização ambiental e meteorológica”.