Numa reação imediata à comunicação do primeiro-ministro dando conta de que o Conselho de Ministros extraordinário aprovara seguir a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre a localização do novo aeroporto em Alcochete, o líder socialista começou por manifestar o “apoio inequívoco” dos socialistas neste tema central, sobre o qual, revelou, que “aconteceu a devida articulação”.
“O apoio do PS era importante para garantirmos estabilidade ao longo do tempo para que não voltemos para trás”, explicou, lembrando o longo percurso de avanços e recuos que tem marcado este projeto estrutural ao longo de meio século.
De resto, frisou, “o anúncio sobre a localização do futuro aeroporto em Alcochete confirma aquilo que sabíamos e que foi o resultado do trabalho exaustivo realizado pela CTI”.
“Saudamos por isso o Governo, porque esta é a decisão correta”, resumiu.
Assinalando que esta decisão é “muito importante para o país” neste momento, Pedro Nuno Santos manifestou igualmente satisfação pessoal “por podermos avançar com a solução em Alcochete”, uma vez que, no passado, enquanto ministro das Infraestruturas, recordou, nunca teve dúvidas de que “era a melhor localização”.
“Há dois anos, quando tomei essa decisão, ela não foi nenhuma decisão irrefletida. O país já levava 50 anos a estudar localizações e foram apreciadas 17. Havia, na minha opinião, condições para podermos decidir de forma ponderada a localização do aeroporto em Alcochete”, registou, aproveitando para expressar o apoio do PS também às decisões que dizem respeito à terceira travessia do Tejo, por esta ser “fundamental, não só para o futuro novo aeroporto, mas também para a ligação Lisboa-Madrid e para a ligação do Norte-Sul de Portugal”.
Ainda a propósito da construção do futuro aeroporto em Alcochete, Pedro Nuno Santos enfatizou ser crucial “avançar sem demoras”.
Contudo, ressalvou, “o país tem pela frente um longo período de transição”, porque, “infelizmente, o aeroporto demorará muitos anos”.
PS exige clarificação sobre ampliação de aeroporto Humberto Delgado
Quanto à solução apontada pelo executivo para essa fase de transição, o líder do PS alertou não existir ainda “um posicionamento claro”.
E defendeu ser “preciso fazer um debate mais aprofundado”, para se ter “a certeza de que a opção de aumentar a capacidade aeroportuária do aeroporto Humberto Delgado foi estudada e ponderada”.
“Há dois anos, o Montijo servia apenas como transição para não perdermos os milhares de milhões de euros que vamos perder à espera do aeroporto de Alcochete”, advertiu o Secretário-Geral, vincando o interesse do PS “em ouvir o Governo para perceber se essa decisão é ponderada e resulta de estudos”.
Ainda sobre este assunto, Pedro Nuno Santos considerou ser “inevitável que se tenha de fazer uma avaliação de impacto ambiental”, para depois “fazer avaliações de segurança por parte da ANAC”.
Saber se este período transitório é “passível de ser resolvido com o reforço de um aeroporto que já hoje não cumpre normas ambientais” é, insistiu o líder socialista, “muito importante”.