A Direção Nacional do Partido Socialista lamenta profundamente a morte da pintora Paula Rego, hoje, em Londres, no Reino Unido. Portugal perdeu uma das suas artistas plásticas mais completas e com maior expressão no mundo.
Paula Rego nasceu em Lisboa, em 1935, no seio de uma família com amplas ligações às culturas inglesa e francesa. Estudou na Escola de Belas-Artes de Slade (Slade School of Fine Art), no Reino Unido, durante o regime salazarista, contra o qual desde cedo se insurgiu. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e expôs individualmente pela primeira vez na Galeria de Arte Moderna da Escola de Belas-Artes de Lisboa, em 1966. Constituiu uma carreira recheada de obras que se tornaram ícones da cultura plástica portuguesa, reconhecidas em todo o mundo. A sua obra começou, desde 2009, a ser exposta em permanência na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais.
Paula Rego nunca hesitou em tomar posição quanto a fenómenos sociais prementes como são exemplos o aborto e a violência doméstica. Deixa-nos, entre tantas outras obras, o retrato oficial de Jorge Sampaio enquanto Presidente da República, no qual rompeu com os cânones tradicionais do retrato oficial presidencial.
O reconhecimento que Paula Rego granjeou está patente nos vários doutoramentos honoris causa que lhe foram atribuídos e nas várias homenagens institucionais e de cariz espontâneo que lhe foram dedicadas. Foi nomeada, em 2010, Dama Comandante da Ordem do Império Britânico (Dame Commander of the Order of the British Empire), pela sua contribuição para as Artes pela Rainha Isabel II do Reino Unido e, em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo Português. Neste dia triste para a cultura e a arte portuguesas, a Direção Nacional do Partido Socialista endereça as suas mais sinceras condolências aos seus familiares, amigos e admiradores.