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Nota de Imprensa sobre os dados relativos ao PIB hoje divulgados pelo INE

Nota de Imprensa sobre os dados relativos ao PIB hoje divulgados pelo INE

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Os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística relativos ao Produto Interno Bruto de 2014 confirmam os avisos que o Partido Socialista tem vindo a deixar sobre a grave situação económica e social portuguesa.

Tal como afirmou hoje o líder parlamentar do PS, o crescimento registado de 0,9% do PIB em 2014 fica abaixo do valor projetado pelo Governo e pela Comissão Europeia (de 1%) e reforça a ideia de que, depois da longa recessão em 2011, 2012 e 2013 que fez recuar os indicadores económicos e sociais em mais de uma década, a economia nacional entrou numa fase de clara estagnação. Note-se que este crescimento de apenas 0,9% é significativamente inferior à média anual de crescimento de 1,5% verificada no período 2000-2007, anterior à grande crise de 2008-9.

Aliás, a economia registou um crescimento de apenas 0,7% no último trimestre de 2014 (em relação ao último trimestre de 2013), o que representa uma clara desaceleração no fim do ano passado. Assim, e em linha com o que o Partido Socialista sempre afirmou sobre a explicação para a frágil retoma verificada, uma vez esgotado o estímulo que as decisões do Tribunal Constitucional deram à procura interna, a economia portuguesa travou.

Estes dados não confirmam apenas a perda da dinâmica meramente conjuntural da economia nos primeiros trimestres do ano passado. Confirmam também que as reformas que o Governo afirma ter feito ao longo desta legislatura não conseguiram alterar o padrão de crescimento da economia nacional: não só esta continua a depender da procura interna para crescer, como as exportações de bens – cujos números foram conhecidos também esta semana – desaceleraram fortemente em 2014, registando um dos crescimentos mais baixos dos últimos 20 anos. A transformação estrutural que era objetivo do Governo falhou – e falhou em grande medida porque não poderia resultar, dado que a sua estratégia de política económica não resolve os défices da economia portuguesa nem serve o seu desenvolvimento sustentado.

Por fim, a reação de contentamento de alguns membros do executivo à divulgação destes dados confirma ainda que o Governo português, depois de ter perdido a ligação com a realidade social do país, perdeu também a ligação com a realidade económica. Um governo que comemora a estagnação económica não responde às expectativas dos seus concidadãos e mostra não estar à altura da urgência do momento que o país vive.