O Secretário-Geral do PS, que falava à comunicação social no final da sessão solene evocativa do 25 de Novembro de 1975 na Assembleia da República, comentou que a direita tentou hoje “apropriar-se de uma data para a qual fez pouco, ou mesmo nada”.
“O 25 de Novembro, no plano militar, foi liderado por Melo Antunes, pelo Grupo dos Nove e por Ramalho Eanes. E, no plano político, como todos sabem, pelo Partido Socialista sob a liderança de Mário Soares”, salientou.
Afirmando que a evocação desta data dá mais uma oportunidade ao Partido Socialista para “celebrar o 25 de Abril”, Pedro Nuno Santos criticou o discurso do Chega, que “não honra Abril”.
Ora, “quem integra o Chega faz mesmo parte da direita radical que foi derrotada no 25 de Novembro”, vincou o Secretário-Geral do PS.
Data maior da democracia é o 25 de Abril
Admitindo a importância do 25 de Novembro, Pedro Nuno Santos assegurou que tem “muito orgulho do papel do PS e do Secretário-Geral do PS nesse momento”. Mas sublinhou que “a data maior do nosso processo de democratização é o 25 de Abril, que deu a oportunidade para que tivéssemos várias datas, entre elas o 25 de Novembro”.
E recordou que quando Mário Soares quis identificar as cinco datas mais importantes da nossa revolução, “não referiu o 25 de Novembro”. Para além do 25 de Abril, Mário Soares destacou o dia 1 de Maio; as eleições para a Assembleia Constituinte, a 25 de abril de 1975; o dia 2 de abril de 1976, com a aprovação da Constituição; e as primeiras eleições legislativas, em 25 de abril de 1976.
Sobre o discurso do Presidente da República, Pedro Nuno Santos considerou que foi “factual, mais próximo da verdade, ressalvando mesmo o papel que o Partido Socialista e Mário Soares tiveram neste processo”.