Num discurso pautado pela prioridade a uma visão estratégica para a economia e pela defesa do Estado social, Pedro Nuno Santos, que falava na Casa do Campino, em Santarém, dirigiu um desafio aos comentadores de campanha, para que não se prendam apenas na edição curta das peças jornalísticas e atentem ao muito que é proposto para o país.
E deixou também uma garantia a quem, como esta nova AD, propõe uma aventura fiscal aos portugueses, a redução do Estado social, o retrocesso de direitos e fala em cortes de pensões: “Nem um passo atrás”, disse, recebendo um enorme aplauso.
O que o Secretário-Geral do PS garantiu ainda é que não lhe peçam, quando a direita vai desvendando o que verdadeiramente quer para o país, como no direito de acesso das mulheres à IVG, “para fazer de conta que não ouvimos o que ouvimos”.
“Não ouvimos somente que eles queriam o referendo, ouvimos mais. Paulo Núncio gabou-se de que, quando esteve no Governo, entre 2011 e 2015, criou obstáculos à IVG, que tinha sido aprovada em referendo pelo povo português”, sublinhou.
“Temos um adversário que quer andar para trás e temos a obrigação de denunciar. E vamos continuar a combater. Trazem Passos Coelho para a campanha, lembram os cortes nas pensões, querem recuar na interrupção voluntária da gravidez e nos direitos das mulheres e querem que se fique calado? Nem um passo atrás”, reiterou o líder socialista, recebendo uma grande ovação.
Líder do PSD deve assumir quem escolhe e com quem anda
Pedro Nuno Santos desafiou depois o presidente do PSD a assumir quem escolhe e com quem anda. “Cada um tem de assumir, porque não fomos nós que convidámos Pedro Passos Coelho para estar num comício. Depois dizem, é Pedro Passos Coelho, é Nuno Melo do CDS, é Paulo Núncio, é Gonçalo da Câmara Pereira… Cada um escolhe quem quer e com quem anda, isso diz muito do que quer para o país”, afirmou.
O líder socialista revisitou também a expressão, utilizada por Luís Montenegro, “se eu tiver de cortar pensões”. “Se tiver porquê? Vai ter de cortar pensões porquê? Está a dizer que vai embora e que vem outro cortar por ele ?”, questionou. “Já tentaram cortar pensões de forma permanente e nós vamos ficar calados? Nunca”, garantiu.
“Nós não queremos regressar ao passado. É preciso travar qualquer tentação de a direita voltar a fazer o que já fez e que não dá garantias de que não possa voltar a fazer. No dia 10 de março nós votamos pelo futuro de Portugal”, sustentou o Secretário-Geral do PS.